A sua pesquisa
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Tradução de: Michel Foucault stoïcien? Magazine Littéraire, nr. 461, fev/2007, pp.54-56. Tradutora: Heliana de Barros Conde Rodrigues.
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Este estudo teórico tem como objetivo problematizar a comercialização das células-tronco do cordão umbilical por bancos públicos brasileiros que ofertam os serviços de coleta, criopreservação e armazenamento do sangue umbilical. Entendemos que os bancos públicos impulsionam a capitalização a vida por meio da valoração econômica e afetiva do sangue umbilical. Centrar-nos-emos em discutir como os bancos públicos, na medida em que arregimentam tal capitalização, propulsionam uma segregação dos recursos disponíveis, já que o acesso público aos tratamentos disponíveis pelas células umbilicais ainda é restrito a poucos, assinalando uma resignação diante de desigualdades em que não se questiona uma possível distribuição equitativa do material biológico em questão, tampouco a possibilidade de sua não capitalização.
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Diversos autores apontam similaridades entre a psicoterapia cognitiva fundada por Albert Ellis, denominada Terapia Racional Emotiva Comportamental, e a filosofia estoica. Tal semelhança se daria particularmente em relação à interdependência entre razão e emoção e ao conflito entre crenças racionais e irracionais. Este estudo buscou compreender as possíveis relações entre Estoicismo e Terapia Racional Emotiva Comportamental por meio da análise de como o pensamento de Sêneca tem sido reapropriado e ressignificado no desenvolvimento das principais teorias e fundamentos da terapia fundada por Ellis. Recorreu-se aos conhecimentos de História Antiga e Psicologia, com o objetivo de efetuar uma melhor análise do fenômeno abordado.
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Este artigo se propõe a abordar o tema da métis (inteligência astuciosa) a partir da psicodinâmica do trabalho e de estudos de psicologia histórica. Ele nos ajuda a compreender como os trabalhadores conseguem fazer face aos imprevistos no trabalho, criando novos macetes e táticas. A métis é parte constituinte do pensamento grego antigo. Conhecê-la nos provoca questões fundamentais sobre o tema da atividade, que atravessa a vida de todos os viventes e é responsável por toda produção humana. A mobilização da inteligência astuciosa dos trabalhadores permite gerir a variabilidade que é intrínseca a qualquer meio de trabalho, na busca tanto da qualidade do trabalho como de sua saúde.
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A partir da publicação do DSM III (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) pela Associação Americana de Psiquiatria nos anos de 1980, consolida-se no cenário internacional uma vertente da psiquiatria norte-americana denominada Psiquiatria Biológica. Neste trabalho, pretendemos analisar o modo como esta vertente psiquiátrica se desenvolve no Programa de Ansiedade e Depressão do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB/UFRJ). Este Programa surge em 1984 e continua a existir até os dias de hoje. Ele se mostra relevante para nosso estudo por possuir, desde sua fundação, a orientação da vertente biológica em suas pesquisas e por reunir importantes representantes desta vertente do cenário psiquiátrico do Rio de Janeiro, bem como por se situar no IPUB, uma instituição de grande representatividade junto ao referido meio psiquiátrico e, em certa medida, do Brasil. Para tanto, analisamos uma série denominada Série Psicofarmacologia, publicada pelo Programa de Ansiedade e Depressão com o intuito de apresentar suas pesquisas. Desse modo, nosso estudo visa contribuir para a compreensão das bases sobre as quais os discursos da Psiquiatria Biológica se sustentam e se inserem neste contexto institucional específico.
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Busca-se problematizar como a constituição de uma cidade ordenada e higienizada reverbera nas práticas cotidianas de feirantes, usuários e frequentadores da “Feira do Produtor Rural”, em Boa Vista, capital do estado de Roraima. Recorrendo a aspectos metodológicos da etnografia e da cartografia, entre março de 2015 e março de 2016, foram realizadas observações participantes, acompanhando o cotidiano dos feirantes. A elas juntam-se conversas formais e informais com comerciantes e frequentadores, além de participação em atividades ou iniciativas públicas dentro da feira. Os resultados apontam para o intricado jogo de forças entre dispositivos que não cessam de ordenar os espaços e definir os lugares de cada coisa, e as micropolíticas que transpõem, anulam e/ou resistem a esse projeto de normalização da feira.
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Tradução de DELEUZE, G. Le cuestión de la filosofia em Grecia. Gobierno de sí y subjetivación. 6 de mayo de 1986. Em: La subjetivación. Curso sobre Foucault, tomo III. Buenos Aires: Cactus, 2015. Tradutor: Danichi Hausen Mizoguchi.
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Última entrevista de Fernand Deligny, concedida em abril de 1996 a Jean-Paul Monferran, jornalista do L’Humanité. Publicada em 12 julho de 1996, cerca de dois meses antes da sua morte (ocorrida em 18 de setembro, em Graniers, quando Deligny contava 83 anos). Texto original (francês) disponível em: <http://www.humanite.fr/node/135364>. Tradução: Thalita Carla de Lima Melo. Revisão: Eder Amaral.
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O presente artigo faz uma introdução e discussão do pensamento Abolicionista – que discute e problematiza o Sistema Penal, defendendo a sua abolição, e pensa elementos para a construção de outras formas de resolução de conflitos sociais que não seja pela punição e/ou a pena de privação de liberdade (total ou parcial). Apresenta-se breve histórico sobre a prisão e a chegada da Criminologia na América Latina e no Brasil, de forma a contextualizar a discussão sobre o Sistema penal - objeto de estudo dos Abolicionistas. Uma vez que a psicologia faz-se presente no campo jurídico, entrar em contato com as teorias abolicionistas e sua discussão sobre o sistema de resolução de conflitos atual e a cultura do castigo presente na sociedade contribui para que as práticas psi sejam pensadas em relação ao contexto e problematizadas, para, assim, trabalhar de forma ética e comprometida.
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O artigo aborda a crítica radical que o educador francês Fernand Deligny endereça à primazia e/ou onipresença da noção de simbólico em variados setores da prática (pedagogia, terapêutica, reabilitação, etc.) e da teoria. Privilegia, neste sentido, o percurso deligniano, denominado aclínico, com crianças autistas, desenvolvido ao longo de quarenta anos na montanha de Cévennes, ao sul da França. A gênese teórica do conceito de rede, fundamental neste empreendimento, é explorada em sua vinculação à gênese social, propiciando uma apreensão histórico-crítica do trabalho de Deligny, na qual se destaca a análise de suas implicações existenciais e intelectuais, explicitamente compartilhadas pelo autor do artigo. Revisão técnica da versão atual e das notas dos tradutores por Eder Amaral.
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Este artigo se propõe a seguir os caminhos abertos por uma vivência para repensar e retrabalhar o que é uma memória, seu uso, seu signo e sua morte; não mais a vendo como algo perdido, mas como uma potência, algo que impulsiona o presente, sempre o retornando de maneiras diferentes e novas; podendo, portanto, lembrar, escrever e esquecer aquilo que traz uma possibilidade de elaborar o luto e de narrar o novo. Lançando mão de autores como Gagnebin, Benjamin e Deleuze, o artigo reflete a possibilidade de narração, no tempo presente, de algo que ocorreu no passado, mas que ainda faz barulho.
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O artigo apresenta uma experiência de intervenção, realizada por um grupo de trabalho do curso de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo, em uma unidade penitenciária estadual. Essa intervenção envolveu dez encontros com detentos da instituição e reuniões com o profissional psicólogo da unidade, nos quais se realizavam grupos com o objetivo de trabalhar a experiência do cárcere e seus atravessamentos. Para tanto, contava-se com a criação de dispositivos que disparassem um debate entre os envolvidos. O texto, elaborado em seções, narra parte desse processo, trazendo elementos teóricos e reportando-se a situações decorridas. Busca-se tecer análises da prisão, da punição, dos efeitos da intervenção, problematizando as possibilidades e limites de práticas “psi” nessa trama.
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O artigo visa analisar algumas práticas de medicalização da infância e da educação na formação de professores, em especial pelo currículo como uma ordem do discurso, que veicula saber e poder, fabricando sujeitos e subsidiando um mercado neoliberal, baseado na escola como empresa. O biopoder, conceito forjado por Michel Foucault, é importante para a presente análise teórica, em formato de ensaio, das práticas disciplinares e biopolíticas presentes na formação dos professores de crianças, encaminhadas para a realização dos diagnósticos recorrentemente, no Brasil, como um acontecimento analisador da oferta massiva dos saberes biomédicos aos educadores como fosse uma solução mágica para todas as dificuldades da escola e da família no presente.
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O objetivo do artigo é caracterizar a atividade de trabalho humana, mostrando como ela é fundamental para a regulação da variabilidade nas situações de trabalho. Além disso, essa noção tem como característica não se apreender facilmente, posto que é movimento, criação de saberes e histórias. A noção é trabalhada observando diferentes entradas, ou formas de abordá-la, e com o auxílio da perspectiva ergológica e da ergonomia da atividade. A atividade humana é complexa e imprevisível; convoca as microgestões e autorregulações do trabalho; produz o mundo simbólico; tem sempre finalidade e demanda formação de compromisso; produz respostas originais e conhecimento/saberes em todos os níveis. Por fim, são descritos dois tipos de temporalidade envolvidos na atividade: o tempo espacial e o tempo-devir.
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Este artigo é resultado de pesquisa realizada com adolescentes do sexo masculino internados em uma unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas - DEGASE. O objetivo é saber como os participantes percebem a possibilidade da visita íntima, em decorrência da lei 12.594 /2012. Um dos princípios que a sustenta é a convivência familiar e a continuidade do vínculo entre o casal. Nossa questão inicial é a de que a visita íntima, enquanto dispositivo, possa colocar em evidência questões relacionadas à sexualidade e ao corpo do adolescente que, historicamente, foram instituídos a partir de certa subjetividade, a do “menor” infrator. Apesar de o Estatuto da Criança e do Adolescente trazer o principio da Proteção Integral, ainda prevalecem discursos e práticas fundadas na Situação Irregular do Código de Menores. A metodologia é a pesquisa-intervenção, dentro do arcabouço da Análise Institucional. O Diário de Campo auxiliou na discussão sobre os efeitos da institucionalização nas subjetividades dos adolescentes privados de liberdade.
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Este artigo tem como objetivo cartografar a noção de corpo encarcerado na obra de Antonin Artaud, para discutir os processos de captura, bem como o permanente estado de encarceramento do corpo. Realizamos uma cartografia bibliográfica em toda a obra do autor, publicada em espanhol e português. Verificamos que, para Artaud, existem três estratos propulsores do processo de encarceramento do corpo: um primeiro que abarca a ideia de uma consciência/razão sobrepondo-se ao corpo, um segundo que menciona a existência de uma alma/espírito condenando as potencialidades do corpo, e um terceiro que trata da luta corpo x organismo. Concluímos que, para Artaud, o corpo encarcerado é aquele que abriu mão das forças intensivas para ligar-se aos discursos que contornam o dualismo cartesiano e metafísico/religioso.
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Como pesquisadoras, percorremos, na Prefeitura Municipal de Vitória/ES, unidades de saúde e outros espaços de encontro entre trabalhadores da rede municipal de saúde. Em cena: situações que convocam os trabalhadores a interrogar suas certezas, que forçam os limites disciplinares, que convidam à produção coletiva de estratégias. Experiências também de cursos de formação na área da saúde junto aos serviços. Processos de formação que extrapolam o campus universitário, as salas de aula, os livros, os manuais. A universidade, os serviços de saúde, a vida. Professores, estudantes, profissionais de saúde... Como essas intensidades, essas negociações constituem os processos de formação em saúde no Curso de Medicina? Essa é a trama, parte da rede da qual emergem estas linhas. E quem nos acompanhou nessa trama foi Tereza. Usuária dos serviços públicos de saúde, constituiu-se como personagem conceitual, como personagem-cartógrafa que deu vida ao texto e condições de emergência à nossa pesquisa.
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O cotidiano da ruína se apoia em fragmentos de experiências junto a moradores de uma residência terapêutica, ex-internos de um hospital psiquiátrico nas cercanias do município de Vitória-ES. Tendo suporte nas ideias de cotidiano e barbárie positiva, de Maurice Blanchot e Walter Benjamin respectivamente, busca-se dar expressão a experiências e conceitos capazes de despertar a atualidade e importância da luta antimanicomial, fazendo ressoar seus pressupostos sobre os modos de vida na contemporaneidade. A pesquisa utiliza dados cultivados em cadernos de campo, que inspiraram a produção de pequenas narrativas distribuídas ao longo do texto. Os resultados apontam para o reforçamento da luta por um cuidado em liberdade, abrindo-o às interferências geradas na produção de um cotidiano sempre em movimento.
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