A sua pesquisa
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Os artigos que compõem este livro, anteriormente dispersos por periódicos e coletâneas voltados a problemáticas variadas, foram aqui reunidos no intuito de promover intercessões ― e não interseções, frise-se ― entre a genealogia foucaultiana, a Análise Institucional e a história oral. Autores-ferramenta como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Felix Guattari, René Lourau, Georges Lapassade, Cornelius Castoriadis, Bruno Latour, François Tosquelles, Alessandro Portelli, Alistair Thomson, Paul Thompson, Cecília Coimbra, René Schérer, Guy Hocquenghem, Gregório Baremblitt, Regina Benevides, Robert Castel, Franco Basaglia, Bernardo Kucinski, Margareth Rago, Marcelo Hoffman, Mathieu Lindon, Giovanni Levi, Pierre Bourdieu, Jorge Larrosa, Valentin Galván, Gabriel Tarde, Michel de Certeau, Michael Pollak, Roger Chartier etc. entram aqui em diálogo, nem sempre harmonioso, mas sempre apto a construir um equipamento ético-político-conceitual com vistas à pesquisa ― pesquisa-intolerância, melhor dizendo ― e à intervenção ― que, ao contrário do sentido hegemônico adquirido em nosso país, é o que "vem entre" as instituições, ampliando a gama de ação possível, e não de cima para baixo, limitando o movimento de corpos e vidas. O livro conta ainda com um belo prefácio de Adriana Rosa e uma pequena apresentação da autora.
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This book considers cultural psychology from historical, theoretical, and epistemological perspectives, building an understanding of cultural psychology as a human science and moving beyond the nature-culture dichotomy. The unique collection of chapters seeks to advance the field of cultural psychology by reviving its historical legacies and arguing for its social responsibility in future historical developments. It considers European legacies for cultural psychology as developed by leading figures such as Giambattista Vico, Wilhelm Wundt, Wilhelm Dilthey, and Ernst Cassirer in order to provide insights into a long tradition of thinking from a cultural psychology perspective. The book discusses historical pathways in the rise and repression of cultural psychology and its different historical forms, arguing for the necessity of decolonizing psychology, securing a place for culture in it, and developing an epistemology suited to human kind's meaning-making processes in mutual shaping of psyche and culture. It provides an integrative and historical understanding of the subject and uses the diversity and heterogeneity within the field to offer critical reflections on its achievements. The thoroughly international group of contributors bring diverse analyses of self, body, emotions, culture and society and consider the future of cultural psychology. The volume is a stimulating read for scholars and students of cultural and theoretical psychology and related areas including philosophy, anthropology, and history.
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O texto homenageia Arno Engelmann, Professor Titular do Departamento de Psicologia Experimental do IPUSP. São apresentados dados biográficos e a evolução de sua carreira na Universidade de São Paulo desde os primórdios do curso de Psicologia, na década de 1960, e a relevância de seu trabalho em suas áreas de atuação, como Evolução Histórica da Psicologia, Sensação e Percepção, Estados Subjetivos, Relatos verbais como acesso metodológico a estados de ânimo e à consciência. Suas contribuições como professor, orientador, pesquisador e suas relações pessoais como colega e amigo são ilustradas sob a forma de depoimentos escritos de alunos, orientandos, colegas e amigos, obtidos por meio de contatos por e-mail ou telefone no decorrer do ano de 2018.
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Este artigo analisa os textos publicados por Arthur Ramos nos Archivos Brasileiros de Hygiene Mental, periódico mantido pela Liga Brasileira de Hygiene Mental. “A technica da Psychanalise infantil” (1933), “O furto dos escolares”(1934) e “A educação physica elementar (sob o ponto de vista da caracterologia)” (1935), conceituam ações terapêuticas e corretivas como fundamentais para a prevenção da doença mental e afirmam as aproximações entre a higiene mental, a psicanálise e a educação. Nossa problematização é compreender como os saberes psicológicos figuraram entre os elementos da expansão do poder psiquiátrico no Brasil. Nosso método consistiu na descrição das elaborações teóricas e, para nossa análise, trabalhamos com as noções propostas por Foucault sobre a constituição dos dispositivos disciplinares. Por fim, destacamos a sexualidade infantil e a infância como categorias políticas que significavam, enquanto objeto de intervenção, a garantia da modernização do país e a superação dos elementos irracionais.
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O presente artigo propõe-se a estabelecer um diálogo com o monaquismo beneditino, buscando situar a singularização monástica nos contextos contemporâneos, pelo viés dos estudos da subjetividade. Utilizando o método bibliográfico, partimos de uma retrospectiva histórica, localizando as origens do monaquismo cristão na figura dos “padres do deserto”, dos séculos III e IV da nossa Era. Detendo-nos em Bento de Núrsia e no documento que lhe é atribuído – Regra de São Bento – localizamos os monges beneditinos expandindo as fronteiras da cristandade ocidental ao longo do medievo, influenciando séculos do ocidente europeu. Nessa trajetória, observamos a importância das práticas contemplativas e da oração comunitária – a Liturgia das Horas – na caracterização de tal movimento, o qual, na contemporaneidade, mantém-se fiel às suas tradições culturais. Nesse sentido, buscamos refletir sobre a capacidade de resistência e de adaptação do monasticismo beneditino, diante das constantes transformações sociais e dos contextos capitalistas próprios da atualidade.
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O presente trabalho tem como objetivo compreender a presença da psicologia dentro do Exército Brasileiro nos anos de 1930 a 1960. Sua ênfase principal se situa na apresentação dos cursos de psicologia que eram ministrados no Exército nesse período. Para isso, utilizamos a metodologia histórica, privilegiando as fontes primárias encontradas em bibliotecas e arquivos especializados, principalmente do Exército. Nestas fontes, observou-se que a psicologia e steve presente em todo o período, de maneira variável. Inicialmente, encontramos referências à psicologia experimental. Depois, há um grande período cujo interesse se situa na psicotécnica. Finalmente, após a II Guerra Mundial, instaura-se a psicologia social, justificada, principalmente, pelo estudo da questão da liderança. Observa-se pois que a trajetória da psicologia no Exército acompanha sua história no Brasil.
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Esse artigo busca fazer uma análise crítica da forma como as ideias do psiquiatra francês Gaëtan Gatian de Clérambault foram assimiladas e transmitidas pela psicanálise, sobretudo a partir da influência lacaniana. Pa ra tanto, faz-se, primeiramente, uma apresentação sintética das principais teses do autor, com destaque para aquelas contidas em seus estudos sobre o Automatismo Mental e a Erotomania. A seguir, a recepção psicanalítica dessas teses é discutida, a partir da apresentação e análise crítica dos exemplos mais representativos de seu estilo. O trabalho de Quentin Skinner sobre os equívocos históricos que frequentemente são cometidos no campo da história das ideias é utilizado como parâmetro para realização dessa análise crítica, sobretudo sua discussão sobre as mitologias que são muitas vezes construídas pelos historiadores das ideias. Como conclusão, argumenta-se que o trabalho psiquiátrico de Clérambault reaparece no pensamento psicanalítico contemporâneo como uma forma de mitologia da doutrina.
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O objetivo desta pesquisa é o estudo da experiência de imigração descrita nas cartas e nas memórias de Claire Lange. Analisamos as vivências por ela narradas, considerando a função psicológica das cartas enquanto vínculo do imigrante com seu passado. Focamos a dinâmica psicológica e as vivências relatadas pela autora à luz do texto “O Estrangeiro” de Alfred Schutz e à luz da fenomenologia de Edmund Husserl e de Edith Stein. Nos relatos de Claire foram encontradas vivências perceptivas, afetivas, de temporalidade e vivências espirituais de fé, concomitante às categorias de análise do texto de Schutz. No que diz respeito a estas categorias, evidenciamos três grupos de vivências: as primeiras vivências do estrangeiro como recém-chegado; a crise; os mecanismos de superação da crise. Conclui-se pela possibilidade de superação da crise através do compartilhamento de vivências com a alteridade presente nas relações sociais representadas pelos destinatários das cartas, e também na dimensão transcendente do divino.
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No presente artigo, temos como objetivo investigar elementos da vida e do pensamento do psicanalista austríaco Karl Weissmann, que viveu no Brasil entre 1921 e 1989. Para tanto, analisamos uma diversidade de arquivos, em especial seus próprios livros e artigos, visando discutir aspectos de seu trabalho com a psicanálise. Damos destaque para seu primeiro livro, publicado em 1937, época em que Weissmann desponta como psicanalista e intelectual de renome no país. A análise de seus textos evidencia uma leitura da psicanálise centrada no desenvolvimento da libido através das fases propostas por Freud, com um perfil de maturidade definida. Essa leitura possibilitou a Weissmann trabalhar psicanaliticamente no campo da criminologia, traçando tipos de crime a partir de transtornos no desenvolvimento. Ressaltamos a compatibilidade entre seu pensamento e o ideário político da Era Vargas, sobretudo quanto às noções de família e de infância, em sua relação com a perspectiva de desenvolvimento nacional.
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O problema da objetividade na escrita de uma biografia sempre assombrou os biógrafos. No caso dos estudos biográficos de Freud, essa questão é ainda mais complexa, já que seus primeiros biógrafos eram psicanalistas que tentavam mesclar o método biográfico e o psicanalítico. Discutiremos inicialmente a relação do biógrafo com seu sujeito e o grau de objetividade que é possível atingir ao narrar a vida de alguém. O problema da transferência e das distorções que ela introduz no texto também é abordado. Em seguida acompanharemos os biógrafos de Freud, percorrendo textos desde 1923, para compreender como eles tratam os desafios da relação biógrafo-biografado.
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Discutir o contexto histórico de produção científica é tarefa para uma historiografica crítica das ciências que tem sido levada a cabo em relação à psicologia soviética. Assim, teve-se como objetivo discutir o conceito de Círculo de Vigotski (cunhado por Anton Yasnitsky) em oposição à ideia de Escola contida em trabalhos brasileiros, evidenciando as consequências disso no país. Procurou-se apreender as configurações deste Círculo no contexto histórico da URSS. Como método, resulta de uma pesquisa bibliográfica acerca do Círculo de Vigotski na obra de Anton Yasnitsky e sobre o contexto histórico da URSS, além de uma revisão bibliográfica em artigos e livros disponíveis no Google Acadêmico em língua portuguesa. Os resultados salientam que o conceito de Círculo de Vigotski evidenciaria uma dimensão dialógica e polifônica da pesquisa científica na psicologia soviética em oposição à ideia de “Escola de Vigotski” e a percepção de que a pesquisa era feita de forma centralizada e hierarquizada.
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A Gestalt-Terapia surge nos EUA no ano de 1951 e chega ao Brasil no início da década de 1970. O presente artigo tem como objetivo apresentar a história e o desenvolvimento da Gestalt-Terapia no Brasil. Para tanto, aborda a recepção dessa abordagem psicoterapêutica em nosso país, considerando os elementos históricos que permitiram sua chegada, sobretudo o contexto sócio-político e a situação da psicologia como ciência e profissão na década de 1970. Discorre ainda sobre o desenvolvimento inicial desta abordagem no Brasil, apresentando sua difusão, crescimento e consolidação enquanto teoria e prática psicoterápicas. Por fim, assinala a expansão dos princípios gestálticos para outras áreas da psicologia, o que justifica a designação recente do termo abordagem gestáltica.
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Adotando como fonte de investigação o cancioneiro popular, este trabalho pretendeu investigar como, ao longo da história da música brasileira, a figura e aspectos da orixá Iemanjá foram transportados dos terreiros e incorporados como elementos da própria cultura brasileira, tornando-se presentes nas letras de canções como algo habitual, cotidiano. Para tanto, utilizamos a técnica da análise temática de conteúdo. Um total de 193 músicas foi submetido à análise. Em geral, é possível afirmar que as descrições de Iemanjá nas músicas analisadas se distanciaram da cosmovisão religiosa e da mitologia. As variações ocorridas entre 1933 e 2014 contribuíram para a popularização de Iemanjá na canção popular, e, ao mesmo tempo, para sua reapresentação enquanto figura autônoma em relação às religiões afro-brasileiras.
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