A sua pesquisa
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Procurou-se com essa investigação identificar, em sua correlação, os elementos saudosamente recordados relativos ao período da juventude/mocidade presentes em letras de canções brasileiras compostas e/ou gravadas a partir de 1927. Um conjunto de 106 letras foi submetido à Análise Lexical e a um procedimento clássico de Análise de Conteúdo. Os resultados obtidos apontaram para um compartilhamento de conteúdos recordados veiculados nas letras analisadas. Tal compartilhamento pode ser identificado sob dois eixos: a) o primeiro deles seria o que poderíamos chamar de intrageracional (a especificidade de alguns elementos recordados vincula-se diretamente à época na qual foi vivida a mocidade/juventude dos compositores); b) o segundo eixo seria intergeracional ou, poderíamos dizer, transgeracional e relaciona-se aos elementos que atravessam com considerável significância todo o período analisado. Esses últimos elementos possivelmente constituem a base comum que possibilita a coexistência de mais de um discurso sobre a(s) mocidade(s) ou juventude(s) recordada(s) num dado período histórico.
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Este artigo investiga a formação do psicólogo brasileiro, tendo por recorte histórico, o período do final da década de 1970 ao início dos anos 2000, quando tanto a atuação quanto a formação do psicólogo sofreram grande modificação, de um modelo essencialmente clínico liberal privado para um modelo plural de “práticas emergentes”. O enfoque teórico e metodológico da pesquisa é a genealogia de Foucault. O estudo localiza como principal perigo da formação em psicologia, nos anos de 1970, a desconexão de suas práticas da dimensão social. Nos anos mais recentes, o “social” passa a ser pauta importante na sociedade em geral e na psicologia em particular. Um novo perigo se apresenta: a força onipresente do mercado ditando os parâmetros da formação. O artigo adverte contra a sedução da formação tecnicista voltada para o mercado e afirma a importância de referencias ético-políticas para a formação e atuação do psicólogo.
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Dans cet article, notre but est d’analyser un corpus, constitué par des récits oraux de fiction qui montrent un rapport entre des expressions proverbiales sur l’esclavage noir brésilien et la mémoire discursive sur l’eugénisme. Ces sont des récits produits par une femme qui n’a pas participé au processus d’alphabétisation et qui habite la banlieue de Ribeirao Preto-SP (Brésil). Les maximes, proverbes, aphorismes, slogans ont été recueillis par Mexias-Simon; donc se situent «dehors» les récits, au point de contact entre leur unité intérieure et l’interdiscours («déjà dit» ou mémoire du dire) soutenus par une interpellation idéologique rapportée aux idéaux eugéniques de la psychiatrie brésilienne de la fin de XIX siècle et du début du XX siècle. On montre ainsi que la présence des expressions proverbiales, comme par exemple, du portugais brésilien Negro sabido, negro atrevido (traduit par “Noir sage, noir audacieux”) soutient une répétition de la mémoire historique sur l’esclavage, comme montrée par la recherche de Mexias-Simon (1996), au niveau d’un mécanisme de “porte-parole” de l’eugénisme mis en place dans les récits analysés.
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Joseph Nuttin foi um psicólogo belga, influente em seu tempo, que tratou o comportamento humano como uma função de relação entre a representação interna e o ambiente externo tal qual é percebido e vivido. Ele desenvolveu uma teoria complexa de motivação, ao mesmo tempo cognitivista e fenomenológica. Este trabalho é um esforço de síntese desta teoria interacionista, que focaliza os projetos de ação construídos pelas pessoas em seu ambiente. O sujeito interage com o objeto a partir de três formas de contato, a física, a cognitiva e a interpessoal ou social. Nuttin recusa-se a reduzir o homem a esquemas simplificados de reforçamento ou à mera reação a necessidades ou a impulsos internos, demandando uma abordagem compreensiva e interativa com o sujeito. Esta teoria, ao mesmo tempo em que aborda o homem com sua subjetividade, põe limites ao desejo subjacente de se manipulá-lo através do mero controle de contingências ou da administração da satisfação de necessidades, demandando uma interação singular e dialógica com o empregado como condição para o estabelecimento de políticas e programas.
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O pensamento do teólogo protestante Paul Tillich é caracterizado por uma perspectiva interdisciplinar. Uma das interfaces mais importantes em seu pensamento é entre a religião e a psicologia. Ele interpretou as obras de diversos psicólogos e utilizou a ciência psicológica em seus construtos teológicos. Além disso, ele participou das reuniões do New York Psychology Group, debatendo com importantes pesquisadores de sua época. O artigo apresenta o diálogo de Tillich com a psicanálise freudiana, com Erich Fromm, Carl Rogers e Rollo May. Por fim, discutem-se as fronteiras entre psicologia e religião no que se refere ao campo teórico e prático do psicoterapeuta e do líder religioso.
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Apresentação oral na defesa da dissertação de mestrado Cartografia do desassossego: um olhar clínico-político para o encontro entre os psicólogos e o campo jurídico, UFF, 2010.
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Publicado em 1925, o texto de Carlos Penafiel, que ora é apresentado e analisado, discute o problema da "influencia do elemento psychico no trabalho humano" do ponto de vista da Higiene Mental. A análise discursiva imbricou texto e contexto em perspectiva histórica e crítica, com ênfase nas estratégias de legitimação 'do' discurso e 'pelo' discurso. Contexto histórico, objeto, objetivos, referências teóricas, principais elementos conceituais, estratégias institucionais e fins sócio-políticos foram as principais categorias de análise. A especificidade do discurso, as suas condições sociais de produção e o projeto societário defendido pelo autor foram postos em evidência. A análise igualmente permite inferir permanências e transformações do sentido na ordem dos discursos contemporâneos em Psicologia Industrial e Organizacional.
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A partir do trabalho genealógico de Foucault sobre as práticas de governo, entendidas como formas de condução da conduta alheia, abre-se um campo possível para o estudo do surgimento e das transformações dos saberes psicológicos e psiquiátricos. Aqui teríamos dois marcos: 1) no século XVI, surgem técnicas de governo baseadas no disciplinamento, o “Estado de polícia”; e 2) no século XVIII, novas tecnologias de governo em referências liberais. Neste último marco, a psicologia passa a ter especial importância no século XX, atuando especificamente em sociedades democráticas, não somente através da disciplinarização dos indivíduos, mas principalmente através da liberdade e da atividade destes. Nosso objetivo é avaliar as práticas e conceitos de cidadania e liberdade no contexto de alguns processos de Reforma Psiquiátrica, especialmente a italiana e a brasileira. Para tal, sustentamos a hipótese de que co-existem neste campo não apenas os antigos dispositivos disciplinares e a resistência a estes, mas modos liberais de gestão.
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Escapando de abordagens que tomem os objetos e fatos ‘em si’, este texto busca problematizar os modos de ser jovem no mundo contemporâneo, bem como os seus posicionamentos quanto às escolhas profissionais. Nossa perspectiva caminha pelo viés das tecnologias do poder de inspiração foucaultiana, produzindo uma análise histórica que desliza da soberania ao disciplinamento e biopolítica e, mais recentemente, ao controle, considerando as múltiplas forças que estão presentes no seu engendramento, deixando sempre um rastro de passagem. Nestas configurações, evidenciaremos o modo como diferentes campos de escolhas profissionais foram ganhando consistência para os jovens de hoje, tendo como foco as implicações com a lógica predominante do mercado, produtora de subjetividades consumistas. O desafio está em apontar as possibilidades de escape ao constituído, provocando o pensamento na construção de um campo problemático, em que as escolhas se façam não por aderências, mas a partir de um indiscernível.
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Neste artigo, são problematizadas algumas condições de emergência das políticas públicas de saúde voltadas para a criança, que surgem como uma forma de retomar os regimes de verdade que sustentaram, em diferentes épocas, o cuidado com a saúde da criança. Essas condições de emergência dizem respeito aos modos como a criança se tornou alvo das estratégias de governo das condutas, ou seja, de biopoder. Coloca-se em evidência a construção de uma saúde pública direcionada ao cuidado da criança, bem como os efeitos dessas práticas, para posteriormente problematizar o processo contemporâneo de construção do Sistema Único de Saúde.
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Este artigo relata a experiência de dois grupos de alunos entre os anos de 2008 e 2009 de realizar, como atividade prática da disciplina de Psicologia Institucional, uma Análise Institucional do Serviço de Psicologia Aplicada – SPA, do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, que tem a função de Clínica-Escola e é conhecida na comunidade portovelhense como “Clínica da UNIR”. A Análise Institucional se desenvolveu em cada um dos anos acima citados, durante os meses de Outubro e Novembro, com uma média de 10 horas semanais de observação participante e entrevistas e pode contribuir para a melhoria dos serviços prestados pela Clínica-Escola, revelando processos institucionais através de analisadores importantes, como a relação entre estagiários e os demais alunos do Curso de Psicologia em atividades práticas dentro da Clínica-Escola, além de desvelar as formas de organização institucional das áreas clínicas que atuam na instituição.
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Este artigo visa a apresentar algumas observações a partir da teoria e da clínica psicanalítica de Winnicott, em comparação com a teoria dos afetos da filosofia de Espinosa. Tentando estabelecer um possível diálogo entre elas, já que ambas se adequariam a uma visada da completude do ser e da integração dos aspectos somático e psíquico do homem, por reconhecerem a importância do ambiente em sua função constituinte da natureza humana, caminharíamos no sentido de considerar a primeira na perspectiva de uma ''expressão clínica” da segunda. Isto significa que uma importante vertente ética na história da Filosofia Ocidental, o pensamento de Espinosa, pode dar legitimidade teórica a uma escola psicanalítica que sustenta uma nova proposta em relação à Psicanálise tradicionalmente instituída sob os pressupostos originais de Freud.
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Diante de um projeto de pesquisa que incluía perspectivas genealógicas e históricas na apreciação do encontro da psicologia com o direito, na problematização das relações saber-poder atualizadas aí, fez-se necessária uma reflexão acerca dos procedimentos metodológicos utilizados nesse processo. Era preciso lidar com a aparente incompatibilidade de fazer uso de determinado referencial teórico e a escrita acadêmica, em tudo o que isso implica burocraticamente. Articulamo-nos a propostas que sugeriam pensar nossa questão-problema não requerendo uma resposta, mas reflexões, desdobramentos. Evidencia-se, portanto, nossa proposta de uso do espaço acadêmico como meio de ativar determinada política de pensamento. Nesse sentido, nossa pesquisa não se coloca como forma de especialização e domínio de um campo específico da psicologia, adquirindo autoridade para falar dele, mas a inserção no campo configurou-se como um diálogo com as funções institucionais ali assumidas. É a construção de um olhar de “quem” ainda permanece estranho, mas construiu certa intimidade.
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Conferência no XXV Simpósio Nacional da ANPUH, Fortaleza, 2009.
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Esse texto mostra a importância dos laboratórios de psicologia na formação docente no Estado de Minas Gerais, desde a institucionalização da psicologia no Brasil até a atualidade. Demonstrando a validade da temática, realizou-se pesquisa bibliográfica no campo da historiografia da psicologia mineira, enfatizando o campo educacional. Foram apresentados dois laboratórios do início do século XX: o Laboratório de Psicologia da Escola de Aperfeiçoamento de Minas Gerais e o Laboratório de Psicologia e Pesquisas Educacionais Edouard Claparède. Marcando a continuidade desse trabalho nos dias de hoje, destaca-se também o Laboratório de Psicologia e Educação Helena Antipoff (LAPED) da Faculdade de Educação da UFMG. O estudo aponta, enfim, que estes laboratórios, se constituíram em espaços privilegiados de aproximação entre teoria e prática, além de serem essenciais ao desenvolvimento da psicologia enquanto ciência e profissão, se revelando ainda como locus especiais e de grande valia para a formação docente.
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Pensar o corpo a partir de uma perspectiva histórica, demonstrando seus desdobramentos e as maneiras de abordá-lo, é apontar que não existe um corpo, mas práticas discursivas que têm o corpo como suporte. Deste modo, adotar uma perspectiva histórica do corpo é torná-lo desnaturalizado. Parte-se das seis concepções de corpo mais trabalhadas ao longo dos anos: corpo como cuidado de si, corpo motor, corpo erógeno, corpo ótico, corpo topológico e corpo sem órgãos. As várias abordagens sobre o corpo representam diferentes maneiras de trabalhar essa noção. Buscaremos apresentar as construções sobre este suporte juntamente com as rupturas e as mudanças de paradigmas que envolvem tais abordagens. Essas abordagens são seguidas de matrizes teóricas diversas e conceitos essenciais. Assim, norteamo-nos pelas mudanças de discursos que acompanham cada concepção. Por fim, vamos demonstrar que essas interpretações sobre o corpo fazem parte do processo das especificidades de cada teoria, visando a concluir que as fundamentações teóricas sobre o corpo, presentes na história, são dependentes de praticas discursivas.
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A reforma psiquiátrica é um movimento que ocorreu, originalmente, na Inglaterra, França, Itália e, posteriormente, no Brasil. Este movimento tem por objetivo repensar o tratamento de pessoas com sofrimentos mentais graves a partir de experiências disruptivas em relação ao modelo asilar, este fundamentado na prática hospitalar e medicamentosa e com o objetivo de realizar o tratamento moral e disciplinar para a manutenção da ordem social. As lutas por sua transformação deram origem à construção de outras formas de intervenção, que buscaram romper com as concepções estigmatizantes da loucura e com as formas desumanas de tratamento, visando novos modos de cuidar do sofrimento psíquico e de entendê-lo. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, este trabalho compara as experiências inglesa, francesa, italiana e brasileira, compreendendo as concepções de sujeito, comunidade e práticas terapêuticas presentes em cada uma delas.
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Esboçado nas trilhas de questionamentos sobre a tomada do sujeito jovem como objeto de investimento, este artigo trata de colocar em destaque as articulações do processo de objetivação da juventude; mais precisamente, busca problematizar como vêm sendo constituídas as práticas de institucionalização voltadas para essa população no país. O fio condutor para esta análise parte uma instituição de apoio socioeducacional localizada na cidade de Pelotas/RS – o Instituto de Menores D. Antonio Zattera (IMDAZ). Para essa discussão, este trabalho aposta na estratégia genealógica arquitetada por Michel Foucault para problematizar a configuração dos movimentos de intervenção sobre o sujeito jovem no decorrer da história. Percorre, para tal fim, brevemente as condições de possibilidade para o surgimento das práticas de institucionalização no Brasil, articulando como estas foram tomadas por políticas públicas de juventude.
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