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Este trabalho é parte dos resultados de pesquisa mais ampla intitulada “As instituições universitárias e a construção da reforma psiquiátrica em Minas Gerais anos 60, 70 e 80”, Investiga-se a formação universitária oferecida no curso de Psicologia da Universidade Federal de Belo Horizonte. O objetivo principal é identificar e avaliar a participação das variáveis de cultura formal em processos de mudança social, investigando as relações das principais instituições de credenciamento profissional de nível superior em psicologia e psiquiatria com o processo de reforma psiquiátrica em Minas Gerais.
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Pesquisadores interessados no método genealógico são convidados a buscar pelas descontinuidades e rupturas na história. Logo, este artigo enfoca o método genealógico, usado por Michel Foucault, na análise do poder psiquiátrico no século XIX. Há alguns métodos de Foucault avaliados neste artigo: (a) Análise das práticas psiquiátricas e (b) Análise das formações discursivas – respectivamente os métodos genealógico (a) e arqueológico (b) descritos por Foucault. O saber psiquiátrico da época era baseado em tratamento moral da loucura, punição e outras táticas descritas por Foucault. No termo "genealogia", há a sugestão das origens complexas e mundanas das práticas psiquiátricas no século XIX. O asilo funcionava como um espaço médico demarcado pelo poder. As questões da direção administrativa, as técnicas de questionamento e punição os símbolos do conhecimento psiquiátrico tornaram-se temas principais no estudo de Foucault.
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As relações entre estudos em história da psicologia e estudos de representações sociais são analisadas, visando evidenciar as convergências entre objetivos e metodologias utilizados. Argumenta-se que, no caso dos estudos em história da psicologia de orientação externalista é importante demonstrar as conexões entre o contexto sócio-cultural e a elaboração das teorias em psicologia, seja no período pré-científico, seja no período de desenvolvimento da psicologia científica. Também os estudos das representações pretendem demonstrar as conexões entre o contexto sócio-cultural e a elaboração e difusão de redes de significados compartilhados que constituem o saber do senso comum, muitas vezes observando as relações entre conhecimento científico e senso comum. As metodologias de análise das representações sociais são semelhantes às metodologias de estudo da história de conceitos científicos.
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Este trabalho trata-se de um relato de experiência profissional e é fruto de uma visita do Prof. Dr. Irmão Henrique Justo a Fortaleza, integrando a mesa redonda intitulada Histórias da História da Psicologia Humanista no Brasil promovida pelo Laboratório RELUS do Mestrado em Psicologia da Universidade de Fortaleza. Da sua comunicação traçamos seu percurso como o pioneiro da Psicologia Humanista no Brasil: desde informações sobre sua formação profissional até um pouco de sua trajetória na Psicologia, principalmente no tocante ao seu encontro com Carl Rogers e com a Abordagem Centrada na Pessoa. Para tanto, valemo-nos de sua própria perspectiva, mantendo a fidedignidade de seus relatos e o seu tom experiencial. O contato com o Ir. Henrique Justo foi de muito aprendizado para os autores deste texto, o que nos motivou a continuar escrevendo as histórias da história da Psicologia Humanista no Brasil.
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As discussões na filosofia socrático-platônico e em Aristóteles sobre a ética geraram uma psicologia intelectualista. Tal psicologia resultou da procura pelo especificamente humano (areté), compreendido enquanto a racionalidade como princípio organizador da conduta. O objetivo de nosso artigo é expor esta psicologia intelectualista, considerando-a como um paradigma antropológico que demarcou grandes temas acerca da compreensão do humano. A presença da herança intelectualista sobre a psicologia científica do século XX é identificada na psicologia moral de Piaget e em Daniel Dennett. Epistemológica e historiograficamente nosso artigo mostra que a compreensão da psicologia construída no século XX é beneficiada quando consideramos sua relação com grandes paradigmas antropológicos que estabeleceram as principais bases acerca da discussão sobre o homem. O exame desta relação exige considerar um passado que vai além da construção da psicologia na modernidade.
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Este trabalho apresenta uma modalidade de abordagem do fenômeno da violência pela via do horizonte propiciado na dimensão da ética. O propósito deste artigo consiste em examinar as relações entre ética e violência no que diz respeito a suas possíveis conseqüências psíquicas. A partir do modo como violência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca sua articulação com vários temas como força, poder, política, terror e burocracia. Será apontada e discutida a dimensão ética a partir de uma situação paradigmática para a reflexão posterior sobre a situação de violência e vulnerabilidade. Apresentamos uma posição quanto às relações entre ética e violência: estas não deveriam ser pensadas apenas a partir da concepção imediata da vítima mas deve-se ressaltar uma espécie de transmissão intergeracional e intercultural da vulnerabilidade. Isso é compatível com a repetição que se verifica em numerosas formas de violência em vários contextos culturais.
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Este artigo tem como foco a área portuária do Rio de Janeiro, traduzida nos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, localizada na região central da cidade. A abordagem da pesquisa que originou o trabalho, interdisciplinar e interinstitucional, problematiza questões do espaço urbano e da memória nele construída e ressignificada por seus moradores. Analisa, ainda, a literatura produzida sobre o tema, pelos principais cronistas da história urbana, no sentido de indicar as transformações ocorridas na área portuária ao longo dos séculos, no duplo olhar dos historiadores e das pessoas comuns que sofrem os efeitos das mudanças urbanísticas nem sempre pautadas nos interesses das populações mais pobres da cidade.
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Este artigo trata das relações entre ética e memória popular, dialogando com narrativas orais de marisqueiras e pescadores artesanais de Ilhéus, Bahia. Diante da modernização e das políticas para a pesca na Bahia das diversas instituições que lidam com os pescadores artesanais, percebemos uma defesa das artes tradicionais da pesca nas memórias e narrativas das marisqueiras e pescadores. Estes modos de vida encontram-se no centro de um diálogo e debates sobre tradições, mercados de abastecimento, organização de associações e colônias de pescadores, instituições da pesca e universidade.
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As sociedades contemporâneas, inscritas no modo de produção capitalista, estão envolvidas em um processo de subjetivação, ou seja, de produção continuada de modos de pensar, de sentir, de avaliar, que se revertem na manutenção desta mesma ordem social. Um dos processos mais evidentes no contexto da subjetivação é a valoração de diferentes aspectos da vida a partir da quantificação econômica, de forma que o próprio capital torna-se doador de valor e de sentido para diferentes domínios da vida. A existência torna-se unidimensional, perdendo a complexidade à medida que substitui os múltiplos sistemas de valor pela valoração capitalista. Também a sexualidade inscreve-se na subjetivação capitalística: por um lado, ela comparece associada às mercadorias numa infinidade de peças publicitárias; por outro, permanentemente associada ao universo das mercadorias, acaba por adquirir algumas das suas qualidades. É nesse contexto que se verifica o aumento das relações amorosas de curta duração, relações descartáveis.
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Um dos campos possíveis para o estudo do surgimento dos saberes psicológicos é o das práticas de governo, ou governamentalidade, que se definem como as formas como se estrutura a condução da conduta alheia desde as formas pastorais do cristianismo primitivo até os modos atuais do Estado contemporâneo. Nas novas formas de governo presentes nas sociedades democráticas contemporâneas, o discurso psicanalítico, assim como as diversas práticas psi têm especial importância enquanto modo de gestão tecnocrática. Partimos da idéia de que a psicanálise é uma prática que se perpetua para além do consultório e de uma práxis individual, tendo um papel diretivo nas políticas sociais. O objetivo deste trabalho é estudar como o discurso psicanalítico produz formas de gestão de si e dos outros, pensando sua atuação dentro das instituições, no governo de coletivos, assim como de equipes no interior da reforma psiquiátrica.
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Este trabalho consiste numa revisão que procura trazer à tona questões relativas às especificidades do contexto da produção neurofisiológica da Rússia de fins do século XIX e dos primórdios do século XX. Entende-se que ao revisitar aspectos da história política e ideológica dos períodos anteriores e posteriores ao ano de 1917, sejam trazidos à luz elementos relevantes que fomentem reflexões acerca dos impactos produzidos pelo advento da escola científica erigida naquele país, que ficaria conhecida como Reflexologia Soviética, sobre campos de conhecimento emergentes, como por exemplo, as neurociências.
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Trata-se de um estudo sobre a história da disciplina “psicologia” lecionada na Escola Normal Antonino Freire, ao longo de mais de 80 anos, na cidade de Teresina – PI. Seu objetivo consiste em conhecer o percurso histórico dessa disciplina a partir de suas ementas, dos conteúdos trabalhados nas aulas e do material bibliográfico indicado pelos professores responsáveis. A estratégia metodológica partiu, em um primeiro momento, da análise documental do material pertencente ao arquivo da instituição: documentos, relatórios, diários de classe, provas e histórico dos alunos; e, em um segundo momento, de entrevistas narrativas com os professores que ministraram a disciplina, a partir dos anos de 1970. O estudo apontou para a importância que a psicologia teve nos currículos da Escola Normal do Piauí, bem como na formação de professores na cidade de Teresina.
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A relação entre futebol e política é algo que assume contornos muito nítidos em nossa sociedade neste início de século XXI. Não se pode considerar como rara a aproximação entre figuras proeminentes do poder, nas suas diferentes esferas, e clubes de futebol ou a seleção nacional. Uma aproximação que, no contexto das décadas de 1930 e 1940 – com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder –, apresentava um caráter mais efetivo ante a afirmação do futebol perante os diferentes setores sociais. Este artigo analisa a dinâmica conflitiva da relação futebol / política a partir do projeto varguista de utilização dos estádios do Pacaembu (SP) e São Januário (RJ) como plataformas de propaganda dos ideais do regime, ressaltando o contraponto deste processo quanto ao sentido destes monumentos para os torcedores comuns, cuja concepção, a despeito do valor destes palcos, não se enquadrava necessariamente nos moldes que lhes eram propostos naquele momento histórico.
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O presente artigo faz uma revisão dos anos iniciais de trabalho de Nise da Silveira, entre 1944 e 1952. Neste período, anterior aos seus estudos vinculados à abordagem de C.G. Jung, Nise da Silveira fez sua passagem do campo da neurologia para a psiquiatria e combateu práticas como o eletrochoque, o coma insulínico e a lobotomia. Ao abandonar as práticas médicas convencionais, propôs a utilização de atividades expressivas como método não agressivo. A partir das produções dos ateliês da Seção de Terapêutica Ocupacional do Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio de Janeiro, coordenado por ela a partir de 1946, Nise da Silveira fundou, em 1952, o Museu de Imagens do Inconsciente.
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O artigo problematiza o conceito de instituição a partir da proposição deleuziana de que os conceitos com alto grau de ‘porosidade’ viabilizam múltiplas formas de com eles operar. Persegue as variações compreensivas que este conceito vai assumindo nas diferentes correntes do movimento institucionalista francês. Percorre, para isso, brevemente, as condições históricas que resultaram nas elaborações teóricas de cada uma das principais correntes do movimento para delinear os efeitos metodológicos por elas produzidos. O artigo se encerra com a apresentação, em quadros comparativos, de conceitos-chave que sintetizam as nuances diferenciais entre cada uma das cinco correntes abordadas: a psicossociologia, a pedagogia institucional, a psicoterapia institucional, a análise institucional e a esquizoanálise.
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O presente trabalho tem como objetivo problematizar a relação entre a Psicologia Social e a Educação. Discute-se a produção da exclusão nas instituições escolares e os processos de normatização que vêm gerando a medicalização exacerbada das crianças e a judicialização da vida cotidiana.
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Este artigo pretende abordar alguns sentidos para a experiência da loucura que, em diferentes tempos históricos e em campo fértil e poroso, se embaralham e se confundem em um entrelaçamento com a vida e a cultura, produzindo subjetividades. A loucura como alteridade, diferença e estranhamento nos é tão longínqua e, ao mesmo tempo, tão próxima. Atravessada por ambigüidades, dicotomias e polissemias, ela nos perturba, marcando discursos e práticas que evidenciam a tensão entre lógicas que divergem e convergem entre si, e devem ser colocadas em análise. Para tal, busca-se aliança com autores como Foucault, Deleuze, Guattari, Pelbart, dentre outros que nos convocam a entendê-la enquanto instituição, como experiência complexa, disruptiva, múltipla, cuja processualidade, movimento incessante e potência instituinte podem ser capturados e estagnados, assumindo o caráter de “doença/sofrimento”. Tal captura não é um fim em si mesmo, engendrando outras possibilidades, inventividades e sentidos para a loucura diferir.
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