A sua pesquisa
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Este trabalho tem como objeto de estudo investigações que se desenvolvem como um percurso metodológico no âmbito da Cátedra Joel Martins e que focam a experiência dos sujeitos que vivenciam a indissociável interface saúde–educação numa perspectiva inter/multi e transdisciplinar. Objetiva enfatizar que a consciência pré-reflexiva e pré-objetiva presente nos discursos fenomenológicos mostra-se de forma especial para compreensão dos modos pelos quais os sujeitos envolvidos na investigação vivenciam seu fazer, formulam sentidos, produzem conhecimentos. Como suporte metodológico, a fenomenologia hermenêutica propiciou a leitura compreensivo/interpretativa das pesquisas apresentadas. Como resultado desta leitura salienta: a necessidade de uma postura crítica nas investigações sistemáticas; o discernimento de que é possível fazer ciência a partir da experiência vivida e da intervenção na realidade concreta. Conclui ainda que a construção de conhecimento, de ações educativas humanizadoras e de cuidados constitui-se num fazer transformador em constante (re)construção.
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O argumento da simplicidade da alma tem uma elevada aceitação entre os filósofos racionalistas que objetivam fundamentar a tese da imortalidade da alma. Este é o caso de Mendelssohn, que, ao revigorar o Fédon de Platão, aprimora este argumento, bem como a demonstração da incorruptibilidade da alma. Entendido como uma notável referência no Iluminismo alemão, confrontamos seus argumentos com as objeções kantianas às provas teóricas da imortalidade da alma. Assim, constatamos que seu argumento da simplicidade da alma pode ser compreendido entre aqueles que Kant qualifica como paralogismo transcendental, e que sua defesa da incorruptibilidade da alma não se sustenta, quando se respeitam as condições de uso objetivo dos conceitos puros do entendimento. Ao articularmos estas discussões, podemos esclarecer a sagacidade de Mendelssohn e ressaltar a precisão das objeções de Kant, as quais são decisivas no desenvolvimento histórico da psicologia.
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Esse artigo aborda o tema da infância e adolescência abandonadas no Estado de São Paulo, por meio de pesquisa que vem sendo realizada sobre o cuidado dispensado às crianças e adolescentes de uma instituição que funcionava no interior do Estado de São Paulo. A memória do trabalho realizado nessa instituição vem desaparecendo da vida da comunidade em meio a qual, ele surgiu. Essa pesquisa visa também o resgate de facetas da memória, da história da criança e do adolescente no Estado de São Paulo. Como método de pesquisa foi empregado a historiografia da ciência. Utilizou- se do procedimento de entrevistas de ex-funcionários e ex-internos, além do levantamento de fontes primárias, como documentos e jornais da época. A análise dos documentos revelou a existência de um projeto educacional bem sucedido, estabelecido em fundamentos claros, passíveis de execução e autossustentável, que sofreu processo de desmanche a partir da década de 70.
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O presente trabalho pretende examinar como Freud considera a memória humana e seu funcionamento. Para isso, faz-se uma leitura atenta de alguns estudos que são marcos do pensamento freudiano acerca do tema. Para a compreensão deste fenômeno em sua totalidade, uma vez que o autor parte do pressuposto que o conteúdo esquecido não fora eliminado e perdido, mas encontra-se no tão obscuro e desconhecido inconsciente individual, é necessário investigar desde o início de sua obra as teorias formuladas por ele que de uma maneira ou de outra envolvem a memória como um fator causal das atitudes humanas propondo uma pesquisa panorâmica e não exaustiva do funcionamento mnêmico. Enfim, faz-se uma história conceitual da memória humana na teoria freudiana.
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O presente artigo visa analisar, a partir dos laudos psicológicos do acervo documental do Serviço de Orientação e Seleção Profissional – SOSP/UEMG, a queixa escolar registrada em diagnósticos e encaminhamentos de alunos das séries iniciais, datados do período correspondente aos anos de 1950 a1959, por meio da abordagem metodológica da pesquisa documental. Observou-se, nos laudos analisados, que o discurso da queixa escolar na década de 1950 sustentava-se em teorias científicas e práticas psicométricas centradas nas características psicológicas e psicopatológicas do aluno e de sua família, situando como causas principais os fatores orgânicos, déficit intelectual, problemas emocionais e de relacionamento familiar.
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O artigo tem como objetivo relatar parcialmente uma pesquisa da memória social de idosos da cidade de Seropédica, no Rio de Janeiro, sobre transformações ambientais pelas quais passou a região nas últimas décadas, particularmente no que se refere à transição de uma sociedade tipicamente rural a uma sociedade urbanizada com resquícios de ruralidade. Os procedimentos teórico-metodológicos que fundamentam a pesquisa empírica foram articulados numa perspectiva psicossocial integrada aos estudos da memória. Os entrevistados foram 40 mulheres e 5 homens moradores da cidade de Seropédica, frequentadores do Núcleo da Melhor Idade do referido município. Os idosos tinham idade entre 55 e 80 anos. A coleta de dados foi feita por alunos de graduação em Psicologia da UFRRJ que utilizaram um roteiro de entrevista semiestruturado e o método de história de vida. Os dados foram analisados em busca de regularidades e da saturação dos conteúdos da memória social da região.
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O artigo discute na perspectiva da história dos saberes psicológicos, a contribuição de Agostinho de Hipona ao propor a narrativa autobiográfica como forma de conhecimento de si mesmo. Evidencia quanto assinalado por alguns intérpretes contemporâneos deste autor, acerca da importância de suas concepções para as atuais discussões acerca de narrativa autobiográfica e subjetividade. Delineia o envolvimento de todas as componentes do dinamismo psíquico (afetos, memória, entendimento e vontade) na elaboração do conhecimento de si mesmo e na escrita autobiográfica, segundo Agostinho. E por fim, mostra que, segundo esta concepção, conhecimento de si e narrativa autobiográfica possuem uma importante dimensão existencial: conhecimento de si mesmo coincide com a cura de si mesmo.
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Chamamos de “Anos Dourados” no Brasil, do ponto de vista político, o período compreendido entre o suicídio de Vargas e o Regime Militar. As misses e as normalistas eram personagens femininos muito comuns nos Anos Dourados e carregavam a simbologia do que era ser mulher na época. O objetivo geral do presente estudo consistiu em analisar, em termos psicossociais e sob uma orientação comparativa, a memória social do lugar do feminino a propósito de duas de suas manifestações – as misses e as normalistas - no período conhecido como Anos Dourados construída por duas diferentes gerações de habitantes do Rio de Janeiro. Os sujeitos da pesquisa consistiram de amostras de 200 habitantes da cidade do Rio de Janeiro entre idosos e adultos. Os resultados apontam que nos dois grupos pesquisados, as memórias sobre os fenômenos das misses e das normalistas existem, porém são fragmentadas e sem o peso de sua importância na sociedade atual.
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Este artigo tem o objetivo de contribuir com os estudos sobre as ideias psicológicas que circularam na cultura luso-brasileira a respeito do adoecer e sua relação com o conhecimento sobre as paixões da alma e a natureza do homem. Para isso, nos voltamos para a obra do jesuíta Antônio Vieira (1608-1697), especialmente o Sermão de São Roque, de 1659, que trata da ameaça da peste. Antônio Vieira evocava em seu sermão a imagem do santo que tradicionalmente foi conhecido por socorrer os doentes de peste e curá-los. Ao descrever as desventuras do santo, entre elas a peste, Vieira acentuava a interação do que foi chamado de causas secundárias e primárias da doença e que refletiam a tríade desejo-transgressão-enfermidade.
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Objetivando evidenciar as categorias e as práticas psicológicas, pedagógicas e morais que sustentam a compreensão do conceito “vontade” no tratado De Arte Voluntatis (1631) escrito por J. E. Nieremberg, S.I. (1595-1658), e valendo-nos da chave de leitura emprestada pela Retórica Clássica e pela Psicologia Filosófica Aristotélico-Tomista, que se constituem em fundamentos seguros da obra analisada, chegamos a identificar, nesta primeira etapa da investigação, três conjuntos de tópicas que descrevem o dinamismo de “educação da vontade”: conversionis, animae e moralis. Ao se valer de instrumentos e práticas educativas, típicas de seu contexto sócio-histórico-cultural e institucional, o autor almejava alcançar exatamente aquelas potências da alma racional que poderiam, na medida em que perfeitamente ordenadas ao Bem último, permitir ao homem o acesso à verdadeira Liberdade e, portanto, à verdadeira Felicidade.
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O objetivo desta investigação foi identificar e compreender as experiências esportivas significativas relatadas por atletas com deficiência visual, e suas possíveis repercussões na vida cotidiana dessas pessoas. Por meio da arqueologia fenomenológica das culturas, a análise de entrevistas em profundidade, realizadas com quatro atletas, pemitiu apreender e descrever estas experiências vividas no nível fundamental das mesmas. Os atletas com deficiência visual, no esporte, experimentam uma situação de efetividade corporal, de ampliação – de sua condição existencial, da condição do corpo no mundo – e, assim, experimentam a potencialização de seu ser no mundo.
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Este ensaio estabelece algumas comparações aproximativas entre as concepções do filósofo americano James B. Pratt (1875-1944) e do psiquiatra suíço Herman Rorschach (1884-1922), a partir de uma leitura fenomenológica inspirada nas contribuições de Husserl e Merleau-Ponty. Tal leitura retoma, principalmente, os conceitos “fundo de sentimento vital”, em Pratt, e “tipo de vivência”, em Rorschach, e seus respectivos fundamentos teórico-filosóficos e os coloca em diálogo com outros conceitos de autores de sua época, em especial de Freud e Jung. Tomando-se como fio condutor as relações entre o fundo irrefletido e a atividade reflexiva que caracterizam a existência humana, conclui-se que tanto Pratt como Rorschachbuscaram reenviar, por meio de seus conceitos e instrumentos, e cada um a seu modo, às contínuas transformações e às diferentes modalidades de realizações da intencionalidade psíquica.
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O objetivo é explorar os sentidos da relação com o outro na filosofia de Sartre (O ser e o nada). Em primeiro lugar destacamos as noções de ser-em-si, ser-para-si e ser-para-o-outro, noções chaves para a compreensão dos fundamentos da relação com o outro em sua filosofia. A seguir, destacamos o desejo e o amor nas formas concretas de relação com o outro. Por fim, encerramos com o levantamento de duas ideias, uma referente à atualidade de sua temática, através do pensamento de Foucault, e a outra problematizando a sua noção de encarnação, através do pensamento de Merleau-Ponty.
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Esta investigação apresenta a temática da ditadura militar brasileira (1964-1985), focalizando as experiências de prisão e tortura de ex-presas políticas durante o regime, integrando um conjunto mais amplo de pesquisas que exploram o tema neste período histórico específico. A pesquisa proposta parte do relato de cinco entrevistadas, privilegiando trechos que elucidam o papel da música na trajetória de resistência das militantes. Por meio de análise de conteúdo das informações, revelaram-se as seguintes categorias: a música como arte e militância; estratégia de integridade física, psicológica e moral; coesão grupal e expressão de afeto. A discussão temática é perpassada por elementos conceituais do campo de análise da memória psicossocial e da teoria de identidade social. Os resultados apontaram a importância que as atividades culturais tiveram como veículo de crítica e resistência ao autoritarismo, tornando-se importante modo de enfrentamento da experiência de prisão e tortura.
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O artigo busca compreender práticas psicológicas no ano da regulamentação da psicologia no Brasil. A pesquisa se baseia em matérias sobre as relações políticas, o comportamento cotidiano e a divulgação científica do jornal Correio do Povo. A coleta ocorreu no Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, em Porto Alegre onde foi feita a seleção e fotografia de materiais referentes à psicologia. Posteriormente, foi criado um banco de dados para análise temática e discussão do material. Dentre os resultados sobressaíram-se algumas estratégias voltadas para a legitimação da área como a inserção na mídia impressa com a divulgação de cursos, pesquisas, debates e aconselhamentos. Foram evidentes as correspondências entre as práticas psicológicas explicitadas no Jornal e o contexto sócio político da época pautado pela ênfase no desenvolvimento econômico e tecnológico, pela evitação de conflitos e pela crença de que a ciência psicológica poderia promover a humanização das relações.
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A concepção lacaniana do estádio do espelho é perpassada por uma rica malha de diálogos teóricos. Em meio a esta rede se esboça uma ideia de sujeito. O presente trabalho é destinado ao exame dessa ideia, não no interior da obra de Lacan, e sim no âmbito do quadro de referências teóricas relacionado ao tema em apreço. Interessa-nossituar determinados aspectos metodológicos e antropológicos do estádio do espelho em relação a teorias que lhe servem de mediação. Nossos apontamentos voltam-se para três autores: Wallon, Sartre e Merleau-Ponty. O primeiro já em 1931 sublinhava a importância da experiência da criança diante do espelho para o estudo da psicogênese. O segundo é considerado como representante de uma filosofia do Cogito e, portanto, parece figurar como contra-referência para o psicanalista. O terceiro estabeleceu com Lacan uma relação de diálogo mútuo que reforça o caráter heurístico das confrontações entre a psicanálise e a fenomenologia.
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Psicologia histórica é um termo estreitamente relacionado aos historiadores dos Annales, onde muitas vezes foi comparado a outras denominações. Este artigo recupera aspectos históricos do termo psicologia histórica no ambiente dos Annales; em seguida apresenta as primeiras menções à psicologia histórica de que se tem conhecimento até o momento, mostrando que desde 1833 o termo tem sido ininterruptamente mencionado por vários autores e de diferentes maneiras; o uso do termo por autores como Quevedo y Zubieta, Circé-Côté, Sforza, Fletcher, Van den Berg, Barbu, Schneider, Pelckmans, por sua vez, demonstra que seu uso ultrapassa o ambiente dos Annales e que a história da psicologia histórica não se restringe ao ambiente francês. Isto tem ocorrido porque historiadores, historiadores da psicologia e pesquisadores da psicologia histórica de Ignace Meyerson não consideraram a própria historicidade da psicologia histórica em suas pesquisas.
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