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No presente texto, deseja-se apresentar o proceder metodológico da pesquisa ‘Adolescências e leis’ (Fapemig, 2016-2018), afirmando o movimento que tenta alcançar uma topologia da horizontalidade ao considerar todos os saberes formais, informais, estéticos e pessoais envolvidos no processo. Nesse contexto, as narrativas memorialísticas erigem-se como estratégia de acesso à história dos sujeitos, jovens pobres moradores de territórios violentos. Essa estratégia considera a proposta da psicanálise, pois permite pensar a ficção através da qual toda história é contada. Após recolher as narrativas, o material registrado foi encaminhado para artistas convidados a transformar as histórias escutadas em obras artísticas e literárias. Em uma oficina devolutiva, envolvendo todos os atores (pesquisadores, coletivo de artistas e jovens), as obras foram entregues aos próprios narradores. Esse encontro possibilitou escutar os jovens das narrativas e capitanear pontos de real que retornaram pela via do traumático, da afirmação do desejo ou da repetição, indicando possíveis processos de ressignificação subjetiva e discursiva, bem como novos trajetos teóricos e metodológicos para o uso das narrativas memorialísticas.
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Com o crescente interesse público pela questão do autismo, assistimos a uma torção importante do debate que caracteriza esse tema. Inicialmente reduzida ao campo científico - em geral médico - a questão do autismo se viu progressivamente encampada por diferentes agentes, sobretudo pelos próprios autistas, cujas contribuições ampliaram muito o que podemos saber hoje sobre o autismo. Com o termo narrativas do autismo, tivemos como proposta neste artigo demonstrar a riqueza dos aportes desses novos saberes para o debate científico e político sobre a questão, bem como demonstrar o risco dela permanecer encapsulada e restrita ao campo estritamente científico. Para tanto, passamos pela história do conceito ressaltando como nela se pode ver o quanto o percurso científico vai sendo afetado, enriquecido por influência desses outros agentes e o valor de se tomar em consideração as diversas narrativas sobre o autismo. Situar a diversidade dessas narrativas não tem como objetivo apenas retomar uma posição plural e aberta contra outra exclusiva e restritiva, mas, antes, de colocar em curso o que pode acontecer ao debate científico quando ele não se fecha demasiadamente sobre a tendência objetivante própria a organização do discurso científico.
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Este estudo objetiva resgatar os registros de práticas institucionais destinadas a crianças e adolescentes internados no antigo Hospital Colônia de Neuropsiquiatria Infantil de Oliveira (HCNPO), em Minas Gerais, no período de 1931 a 1974. Para isso, foi feito um estudo de caso a partir da análise documental de fontes primárias e bibliográficas sobre a instituição e as políticas referentes ao cuidado da loucura. Constata-se que a situação de saúde dos/as internos/as era caracterizada pela negligência e a violência do modelo asilar, com condições precárias de higiene, poucas atividades terapêuticas e deficientes medidas de socialização das crianças. Conclui-se que o HCNPO falhou em cuidar, proteger e estimular o desenvolvimento desses sujeitos, alvos de políticas que justificaram a intervenção social sobre seus corpos, tanto como “menores” quanto como “loucos”.
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O artigo de Ed Diener “Bem-Estar Subjetivo”, fundamental para a consolidação desse objeto na Psicologia Positiva, foi analisado criticamente em sua consistência interna e em sua influência para essa nova área. Cada bloco textual do artigo foi avaliado quanto a sua fragilidade segundo três categorias: consideração teórico-filosófica, definição do conceito e suas partes, referências bibliográficas. Como resultado, destacamos que Bem-Estar Subjetivo (BES) e Felicidade são fragilmente definidos no artigo, dando margem a ambíguas interpretações que se prolongam até o presente; importantes perguntas, como a diferença entre a melhor vida e a vida boa, são ignoradas; importantes referências bibliográficas são utilizadas inconsistentemente. Todavia, reconhece-se que as fragilidades identificadas no artigo são coerentes com o projeto da Psicologia Positiva: enfatizar aquilo que é mensurável ao custo do rigor. Recomenda-se que pesquisas sobre BES resgatem a história dos conceitos centrais a fim de reconhecer seus próprios limites e solucionar problemas éticos do campo.
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Mudanças legislativas em relação à adoção vêm trazendo importantes repercussões para a compreensão do instituto. Neste artigo, temos como objetivo discutir especificidades da entrega voluntária de uma criança para adoção, no contexto da Justiça, e as motivações de demanda posterior da genitora para a viabilização de um reencontro. Problematizamos a amplitude do direito de acesso às origens, assegurado em lei aos adotados, a partir do entrelaçamento das temáticas entrega e reencontro, procurando compreender essas experiências pela perspectiva da genitora. Este trabalho parte de um caso paradigmático, atendido em uma Vara da Infância, Juventude e Idoso no estado do Rio de Janeiro, que culminou com o contato, mediado pelo Poder Judiciário, entre a adotada e sua genitora, por iniciativa desta. Trata-se de um estudo qualitativo, no qual foi realizada uma entrevista semiestruturada com a genitora, quatro anos após o acolhimento de seu pedido à Justiça. Os dados obtidos na entrevista foram analisados por meio do método de análise de conteúdo, em sua vertente categorial, resultando em duas categorias: entrega em adoção e segredos; reencontro: motivações e trajetórias. Constatamos a ausência de publicações brasileiras sobre a temática do reencontro, apontando que o assunto ainda é um tabu. Identificamos que, após o reencontro com a filha, foi possível à genitora uma transformação de si mesma, favorecendo o rompimento do segredo da entrega e de parte de sua história. Assinalamos a necessidade de mais pesquisas, incluindo-se a possibilidade da inserção do Judiciário na mediação dessas demandas.
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As it spread across Italy, psychoanalysis captured the interest of Italian psychologists, namely Vittorio Benussi (1878-1927) and Cesare Musatti (1897-1989). Benussi, who was trained as an experimental psychologist according to the Gegenstandstheorie School of Graz in 1919, came to Italy and became a full professor of experimental psychology in Padua. He undertook a program of study called “psychological reality” that comprised hypnosuggestion and psychoanalysis. This article shows that Benussi’s hypnosuggestion experiments and Musatti’s theorization of the reality of fantasy were attempts to upgrade the study of psychological phenomena to the level of physical phenomena in a theoretical context in which psychoanalysis was considered part of a general psychology.
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Os estudos sobre as causalidades das patologias e da relação médico/paciente a partir de formulações psicanalíticas receberam duas denominações no Brasil: medicina psicossomática e psicologia médica. O médico e psicanalista Julio de Mello Filho assumiu o protagonismo dessa proposta a partir da doença incapacitante do psiquiatra e psicanalista Danillo Perestrello. A estruturação da concepção teórica do movimento psicossomático e as estratégias institucionais utilizadas para a consolidação desse campo disciplinar no cenário brasileiro são o objeto deste estudo. Por meio de um referencial epistemológico e histórico, conclui-se que a proposta inicial de transformação do modelo médico hegemônico perde força e observa-se um deslocamento da psicologia médica como um campo da psicologia da saúde.
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The paper attempts to illustrate how refusing an interpretation can lead to very different consequences within Freudian, Jungian, and other psychotherapeutic models. In some cases, a “no” may refute the model of reference, while in others it may have less radical meanings. Refusing an interpretation (if it is consistent with the model and the patient’s history) within a Freudian environment can also challenge the validity of the model. From a Jungian perspective, a refusal may simply lead the therapist to change the model of reference, since no single model is considered universally valid. Other examples are also provided from the psychoanalytic, cognitive-behavior, and family therapy research traditions.
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Este artigo propõe uma contribuição à historiografia psicanalítica. Para isso, retomamos o texto que consideramos fundador desse campo de debates, A história do movimento psicanalítico, publicado por Freud em 1914, para nele encontrarmos as primeiras pistas de como operar na interface entre psicanálise e história. A partir desse texto inaugural, dedicamo-nos aos estudos de alguns psicanalistas e historiadores que pensaram o enlace entre psicanálise e história, a fim de encontrarmos convergências e divergências sobre o fazer do psicanalista historiador. Por fim, propomos três eixos para uma historiografia psicanalítica, articulados em torno dos conceitos só depois, das Ding e verdade histórica. A partir dessa reflexão de cunho historiográfico, esperamos ser possível pensar de outros modos a história do movimento psicanalítico.
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Rapidly ageing population increases the demand for activities with learning and social stimulation. Museums are well placed to provide such a function. Objective: How and in what form are museums engaging with older populations. The review will focus on three aspects: (1) Identifying the frameworks and tools being used by and in museums with older people. (2) Assess variables used in research and in areas that supports knowledge creation. (3) Identify evidence in relation to the interactions between museums and older audiences. A review of 8 databases and 2 university repositories (English and Portuguese language). The search retrieved 810 potential sources (2002-2020), 39 sources met the inclusion criteria. They focused on the educational aspects of museums and were produced by disciplines like psychology and gerontology, museology, arts and education. Museums play an important role on health (emphasis on psychological and physical wellbeing), socialization (discussing stereotypes, reducing isolation, redefining social roles), socioeconomic aspects (with local focus on services, partnerships) and on creative aging (promoting non-formal education with lifelong learning at different levels).
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A Reforma Psiquiátrica busca progressivamente deslocar o foco do cuidado do hospital para as redes de cuidado territoriais. O objetivo deste estudo foi compreender a experiência de pessoas em sofrimento psíquico grave no período de internação e pós-internação em um hospital psiquiátrico. Foi realizado estudo qualitativo, por meio do método de História de Vida Focal, com realização de entrevistas com cinco ex-internos do extinto Hospital Psiquiátrico Franco da Rocha (HPFR). Utilizando-se a Análise do Conteúdo Temática foram levantadas três categorias: a forma de se relacionar com a loucura, a ambivalência das experiências e as nuances de uma possível ruptura de paradigmas. Tais categorias permitiram discutir a coexistência entre os paradigmas asilar e psicossocial no atual cenário da Reforma Psiquiátrica, constituindo atravessamentos nos modos de compor itinerários de cuidado entre as pessoas com sofrimento psíquico. Afirma-se a necessidade de produção de modos de cuidado que respeitem o direito à cidadania, à palavra e à história das pessoas com sofrimento psíquico.
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Buscamos, no presente artigo, situar o conjunto nocional da relação consigo (rapport à soi) na construção da categoria de subjetividade do pensamento tardio de Michel Foucault. Atrelamos a ele a questão da relação com o Outro e propomos a possibilidade de inscrever a psicanálise na história do cuidado de si. Nosso material primário é a transcrição das aulas ministradas pelo filósofo no começo de 1982 e o livro L’herméneutique du sujet (Foucault, 2001); e nosso suporte principal para análise são as conferências de 1980, L’origine de l’herméneutique de soi, e o livro Foucault, de Deleuze (2005). Como resultado, apresentamos a capacidade de afecção de si por si proporcionada pela relação consigo, demonstramos o modo como a posição do Outro influencia a produção da verdade do sujeito, e reforçamos a necessidade de se pensar práticas como a da psicanálise a partir do arranjo deixado pela história das técnicas de si.
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A Professora Doutora Regina Lucia Sucupira Pedroza tem uma incursão singular no campo da Psicologia Escolar e Educacional e dos Direitos Humanos, com diferentes formas de interlocução em estudos, pesquisas, ações de extensão e ensino na graduação e pós-graduação. A entrevistada da Seção História da Revista Psicologia Escolar e Educacional é professora do Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília-UnB, onde também é orientadora no Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Escolar e no Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Cidadania. Integra o Grupo de Trabalho Psicologia e Políticas Educacionais da ANPEPP, e tem investigado sobre formação de professores, educação em direitos humanos, o brincar no desenvolvimento humano, psicologia escolar e psicologia do esporte. Entre suas grandes inspirações teóricas estão os estudos de Vigotski, Wallon, Freud e Freire. Respaldado pela metodologia da História Oral, o pesquisador Fauston Negreiros realizou essa entrevista, em que são apresentadas as reflexões que a professora realiza sobre sua própria trajetória profissional.
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O Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) recebeu notoriedade entre brasileiros e estrangeiros por oferecer um complexo sistema de qualificação dos testes psicológicos, pouco visto em âmbito mundial. Sua elaboração dependeu de uma autarquia, que o financiou, normatizou e o mantém, mas também de pesquisadores docentes de avaliação psicológica, que trouxeram a expertise da área para que houvesse o pleno estabelecimento de seus parâmetros. Passadas duas décadas de seu lançamento, o SATEPSI foi tema de artigos, capítulos, lives e diálogos digitais, nos quais foram destaque, de modo geral, as Resoluções do Conselho Federal de Psicologia, que o normatiza, e seus impactos para a área de avaliação psicológica - como, por exemplo, o aumento do número de pesquisas e de testes brasileiros qualificados. O que se pretende neste artigo é mencionar sua construção, à luz dos autores que vivenciaram o SATEPSI em funções e tempos distintos. Atenção especial será dada aos Métodos Projetivos, cuja história ainda é pouco revelada.
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O Instituto Jean Jacques Rousseau (IJJR) foi criado no ano de 1912, em Genebra - Suíça, com o objetivo de promover novos horizontes e práticas para a educação. A defesa pela difusão de uma ciência pedagógica, pautada nos estudos da Psicologia experimental e da infância, nortearam as ações do Instituto que atuava, principalmente, por meio da formação de professores. Seus cursos receberam estudantes e visitantes de diversos países, inclusive brasileiros. Nesse estudo, buscamos investigar os vestígios das redes construídas entre o Instituto e os intelectuais da educação brasileira, desde a sua criação até meados da década de 1930. Adotamos como fontes principais os jornais e as revistas disponibilizados na Hemeroteca Digital Brasileira. Nosso aporte teórico e metodológico constitui-se a partir das contribuições de Ginzburg (2007), Mignot e Gondra (2007), Houssaye (2007), Fuchs (2007), Roldán Vera e Fuchs (2021), Vidal e Rabelo (2020) e Rabelo e Vidal (2021). Destacamos que a atuação do Instituto buscava a construção de uma rede de educadores de vários países no intuito da disseminação de um movimento internacional de transformação da educação, associado ao movimento da Escola Nova. Nosso estudo demonstrou indícios da conexão entre o Instituto, intelectuais e instituições brasileiras, apontando para que as perspectivas educacionais defendidas no Instituto circularam no Brasil por meio de professores que não apenas visitaram, mas atuaram no país no período investigado na divulgação de ideais expressos em cursos de formação pelo IJJR.
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O trabalho tem como objetivo discutir a importância da inclusão de autoras negras em produções da Psicologia Social e da Teoria Crítica, enquanto um estudo de produção de memória e ciência. Colocamos em cena Carolina Maria de Jesus e as poetas do slam narrando um Brasil a partir das margens, de resistência contra o epistemicídio e oposição a ideias pré-concebidas sobre a nossa história. Para a construção da narrativa, em diálogo com os diários de Carolina e com as poesias das mulheres do slam, estão autores da Teoria Crítica, da Psicologia Social e do Feminismo Negro. Fazemos uso da interseccionalidade como uma lente de análise das experiências narradas pelas autoras, compreendendo o entrecruzamento entre raça, classe, gênero e outras opressões como aspectos que constituem não apenas as singularidades que se mostram em suas histórias de vida, mas também os elementos que as fazem orbitar enquanto uma identidade coletiva brasileira.
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O presente artigo tem como objetivo discutir as contribuições teóricas de Virgínia Leone Bicudo e Neusa Santos Souza para o campo da Psicologia Social, bem como refletir sobre o modo como uma política de circulação dos conhecimentos científicos age de modo a resistir a essas contribuições. Metodologicamente, este artigo se orienta a partir de uma meta-análise qualitativa. Os resultados apontam que desnaturalizar a não-presença da população negra nos espaços de produção de conhecimento, trazer à tona suas produções intelectuais e, ainda, suas experiências enquanto sujeitos ativos da história, é urgente para a transformação desse cenário e, sobretudo, para uma democratização efetiva das universidades e do conhecimento. Por isso, conclui-se que as produções de Bicudo e Souza podem ser um recurso para se pensar sobre a emergência da construção de uma Psicologia Social Antirracista, rompendo com as matrizes colonialistas e as lógicas maniqueístas.
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O artigo caracteriza as recomendações acerca do ambiente escolar adequado à alfabetização das crianças, contidas em livros destinados aos professores e publicados no Brasil entre 1930 e 1990. Nesse período, observa-se a transição do predomínio do ideário escolanovista ao dos preceitos do construtivismo nesses textos. Essa mudança se manifesta nos modos de pensar a organização do ambiente escolar e a sua importância no aprendizado das letras: se no primeiro momento, a preocupação maior era com a criação de um ambiente sadio, posteriormente, passou a ser com a organização de um ambiente pedagógico. Por outro lado, permaneceu a tendência a fundamentar as recomendações na psicologia da criança.
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O artigo investiga o interesse pelo estudo social e histórico da meninice nos textos escritos por Gilberto Freyre, durante seus anos de formação. Indica-se a apropriação da New History, que articulava história antropologia e cultura, assim como do Child Study, na psicologia, oriunda dos seus estudos na Universidade de Colúmbia. Analisam-se as suas considerações sobre uma sociologia do brinquedo e a história da meninice, e sobre a criança e a vida social no Brasil. Considera-se que, ao lado do olhar atento para temáticas desprezadas nos estudos da sociedade, o posicionamento do autor marcava-se por uma apropriação acrítica e seletiva das fontes, pelo conservadorismo e pela naturalização das relações raciais e sociais.
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Brazilian psychological assessment possesses several indicators that prove its quality, although by the early 1990s, the use of psychological tests in evaluative processes had fallen into disrepute in society. The present article recounts the history of Brazilian psychological assessment, told through the lens of the creation of a working group (WG) of the Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP, National Association for Research and Graduate Studies in Psychology) and its subsequent achievements. The construction of the Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI, Psychological Testing Assessment System) and its deployment, collectively, by the profession’s regulating agency with the collaboration of scientific associations as well as of the WG and ANPEPP are also mentioned. Many initiatives were reunited, rehabilitating the credibility of the practice of assessment. The authors stress the advances that still need to be made, such as widening research with minority groups and including new statistical analyses and technologies that will impact the development of psychological assessment.
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