A sua pesquisa
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Mediante narrativas de casos de aparição de fantasmas em um complexo de águas termais localizado no Barreiro de Araxá, em Minas Gerais, que mudou sua imagem de lugar de cura e saúde para ambiente de lazer e beleza, este trabalho buscou seguir pistas sobre: a ascensão, queda e renascimento do termalismo no Brasil; o problema da contaminação das águas minerais do Barreiro; as incongruências nas ações das Políticas Públicas. Tais aspectos produziram efeitos múltiplos nos trabalhadores das Termas e na população local, tais como: fantasmas, medos, silêncios, disputas e adoecimentos. A pesquisa toma como inspiração metodológica os trabalhos de Alessandro Portelli com a História Oral, para obter e acompanhar as narrativas; a genealogia de Michel Foucault, para apresentar as mudanças no conceito de saúde e de terapêutica no tempo; a Teoria do ator-rede de Bruno Latour, para seguir os actantes, humanos e não-humanos. Chama atenção para o cuidado de si como forma ética de estar no mundo, tendente a tornar a vida potente, criativa, abrindo uma possibilidade de alguém se tornar médico de si mesmo. Entende, nesse sentido, que podem ser viáveis, desde que em ruptura com meras práticas de renovado controle da vida das populações, as novas terapêuticas implantadas no SUS ? Terapias Alternativas e Complementares, dentre elas, em particular, o Termalismo Social.
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A dissertação procurou debruçar-se sobre as condições de vida dos jovens, no contexto das relações de sexualidade, de gênero e de exclusão, face às aceleradas transformações sociais, educacionais, econômicas e políticas em Cabo Verde. A abordagem busca, a partir das informações disponíveis em estudos, das histórias ficcionadas em literatura, em memórias e experiências coletivizáveis, assim como nas efetuações e afetações inscritas na nossa trajetória individual/coletiva, dar visibilidade aos diferentes operadores categóricos que servem à preparação de um "futuro melhor para todos", procurando elucidar os regimes de poder que definem as formas a partir das quais vários problemas são reafirmados. São problemas cujas reconfigurações, hoje, são transcritas numa lista de comportamentos inadequados - muitos dos quais tidos por gravosos - que se transformam em formas comuns de se referir aos jovens. Pretendeu-se assim, na linha de pensadores como Michel Foucault, Felix Guattari e Gilles Deleuze, criar condições para desvencilhar-se das amarras que impedem que se comece a pensar sobre as condições que possibilitam aos jovens serem efetivamente protagonistas de si, protagonistas dos processos que conduzem à procura de soluções para os desafiantes problemas que pesam sobre eles.
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O esporte, compreendido a partir do paradigma médico-esportivo, deixa de ser analisado como simples exercício para tornar-se o principal sustentáculo de um estilo de vida, um estado de espírito que associa vitalidade a desafio, promovendo um tipo de sujeito com formação autônoma e responsabilidade individual, em plena sintonia com o ideário neoliberal. Esses usos do esporte constituem uma obra complexa, que exige vários dispositivos. A tarefa, então, passa a ser investigar os pontos de sustentação dessa tecnologia em seus desdobramentos cotidianos, a partir da observação e escuta da rotina dos praticantes. O esporte seria, nessa perspectiva, um lugar privilegiado para a compreensão da sociedade, revelando-nos a intimidade de suas relações de saber/poder, bem como o plano da produção de tais relações. Esse levantamento, cumpre frisar, não implicaria propor novos modelos, pois julgamos que pensar em modelos ou programas predeterminados redunda, necessariamente, em recair em efeitos reprodutores e reativos. Analisar tecnologias é, ao contrário, diagnosticar limites, supondo-os contingências históricas passíveis de desconstrução e de eventual reinvenção pelos sujeitos envolvidos nos processos em pauta.
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Esta dissertação é produto de meu percurso no Mestrado em Psicologia Social e apresenta as diferentes modulações do trajeto desenvolvido durante dois anos. Descreve de que modo um projeto que buscava conhecer a experiência dos usuários de Saúde Mental se modificou, passando a questionar as relações entre a Universidade, a Reforma Psiquiátrica e o cuidado na pesquisa com pessoas. A partir da metodologia da História Oral, foram realizadas entrevistas com diversos atores pesquisadores, professores, militantes, estudantes, residentes e coordenadores de residências que se somaram, na qualidade de trabalho de campo, à participação em eventos promovidos por grupos de usuários e ao estágio docente na disciplina Políticas e Planejamento em Saúde Mental, do curso de graduação em Psicologia. Também se recorreu à pesquisa bibliográfica e à utilização do diário de campo. A partir desta última ferramenta, primordialmente, foi possível realizar a análise de implicações que permeia todo o trabalho, na perspectiva da Análise Institucional. Esta dissertação descreve e reflete, em especial, sobre os dilemas com os quais me defrontei, desde o início da pesquisa, quando quis entrevistar participantes dos coletivos de usuários de saúde mental. Meu interesse era conhecer como tinha sido a experiência desses usuários dentro da chamada Reforma Psiquiátrica; porém, em face da insistência, por parte dos coordenadores dos grupos, de que solicitasse a autorização do Comitê de Ética e obtivesse o respectivo consentimento informado, comecei a me interessar pela origem dessa demanda e sua atual função. Tomei como analisador o dispositivo Consentimento Informado ou Esclarecido tal como é requisitado hoje, ou seja, algo cada dia mais exigido no campo da pesquisa com seres humanos, em ciências sociais. Apresentando-se como um discurso de proteção de direitos, ele permite colocar em discussão a questão do cuidado e da ética na pesquisa: certos aspectos priorizados pelos Comitês de Ética, tais como riscos , benefícios e desfecho primário , supõem a antecipação dos resultados de um processo que, ao contrário, está em construção. Extrapolam-se modelos do campo biomédico, obstaculizando pesquisas que contemplem as subjetividades dos participantes (pesquisadores e pesquisados). Nesse sentido, a presente dissertação questiona a que cuidado (e ao cuidado de quem) tais dispositivos efetivamente respondem. Também se coloca um outro analisador em pauta, o dispositivo apresentação de doentes , a fim de refletir sobre a manicomialidade presente, ainda hoje, no ensino universitário de psicologia. Tanto pela experiência no campo como mediante a bibliografia consultada, percebe-se uma cisão entre Universidade e Reforma. Certos espaços acadêmicos e disciplinas ligadas à prática clínica permanecem intactos frente ao processo da Reforma, mesmo depois de uma recente mudança no currículo. Novos espaços e disciplinas emergem sem conseguir dialogar com os antigos, que transmitem ao jovem psi uma prática atemporal, científica , objetiva , fundada nos manuais psiquiátricos (DSM, CID) e em discursos psicanalíticos descontextualizados. Percebe-se, assim, que temas fundamentais, como as condições de cuidado em saúde mental, são escassamente, discutidos no curso psicologia hoje.
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Esta pesquisa é disparada a partir do encontro da pesquisadora com as chamadas moradias dentro de hospitais psiquiátricos no Estado do Rio de Janeiro. No seio da reforma psiquiátrica e da instalação de uma rede de assistência substitutiva ao hospício, ocorrem transformações também no interior deste último: humanizam-se as práticas, retirando de cena o eletrochoque, a lobotomia, a camisa-de-força, fazendo documentos como CPF, RG e etc. Contudo, a edificação manicomial permanece de pé com os seus grandes pavilhões, alguns agora travestidos em moradias, que tanto podem operacionalizar uma passagem de dentro para fora dos muros como perpetuar o hospício. O texto indaga por que motivo, a partir de um certo momento, inaugura-se um novo modo de organização em saúde mental, em que a antiga centralidade hospitalar se fragmenta em moradias internas e se difundem os novos serviços, ditos abertos , para em seguida afirmar que a construção de uma rede substitutiva não assegura, definitivamente, o fim da relação manicomial. Com o suporte teórico de Foucault e Deleuze, propõe uma discussão acerca da biopolítica da espécie humana, da coexistência de tecnologias disciplinares e regulamentadoras e da inauguração, na sociedade de controle, de um exercício de poder difuso, a céu-aberto, dispensando a coação física e a instituição da reclusão. O texto, entretanto, não se deixa abater por essas análises, mantendo suas apostas numa Reforma Psiquiátrica que propõe como um campo de disputas, de embates cotidianos. É então que a temática do cuidado entra em cena. Para tanto, faz-se uma releitura do período helenístico-romano através dos olhos de Foucault. O Cuidado de Si é apresentado ao leitor para, em seguida, ser estabelecido um contraponto entre o mesmo e o modo de ser sujeito moderno e cristão, com exercícios de renúncia a si e práticas de sacrifício, que em muito se assemelham à maneira como os trabalhadores vêm atuando, hoje, no campo da saúde mental. O texto procura dar pistas e visibilizar as resistências presentes em meio às tantas capturas postas em análise. Trata-se de uma experimentação de práticas de liberdade que se atualizem na operação de cuidado.
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O empresariamento da sociedade é um fenômeno caracterizado por práticas e discursos que promovem o imperativo neoliberal de utilizar a empresa como o modelo para a gestão e o funcionamento da educação e de outras políticas públicas. No campo da educação, além do empresariamento, outras forças em disputa também se apresentam, como a judicialização dos conflitos e a militarização da vida. Esta dissertação tem como objetivo analisar os embates de forças na educação atual, como disputas entre diferentes formas de governamentalidade, modos de conduzir condutas. Para entender como essas disputas promovem mudanças nas formas de ensinar, foi utilizada, como foco da análise uma unidade, localizada no Rio de Janeiro, da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Essa escolha se deu em virtude da atuação do autor como servidor público neste estabelecimento e diante da relevância deste Centro como um marco histórico da educação profissional no Brasil. Com base na genealogia de Michel Foucault, foi realizado um levantamento da história da educação profissional, a partir de documentos oficiais, arquivos públicos, artigos, dissertações e teses produzidas sobre o tema. A Análise Institucional Francesa foi utilizada como uma importante referência para compreender as forças em disputa pela educação. A partir do conceito de analisador, foi possível interpretar a evasão escolar para além do binômio sucesso-fracasso individual, como um evento que coloca em análise, que explicita as relações de poder presentes no cotidiano escolar. No intuito de melhor investigar esse e outros analisadores da escola (racismo e outras práticas discriminatórias, testes e avaliação, colar, matar aula e outros atos tidos como de indisciplina), foram conduzidas entrevistas semi-estruturadas com oito ex-alunos que abandonaram o curso de Educação Profissional na modalidade integrada ao Ensino Médio. As entrevistas permitiram relacionar empresariamento e militarização como forças que se atualizam nas vidas desses jovens, em suas trajetórias de evasão escolar, em suas práticas de resistência e em suas buscas por inserção no mundo do trabalho
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En palabras de Ángel Gabilondo, autor del prólogo, Foucault desconocido convoca a otro tipo de lectura, en la que el azar, la materialidad y la discontinuidad juegan su papel, en la que cada texto es más alusión que remisión o referencia, en la que no cabe acumulación ni progreso en la narración y en la que es más determinante la sintonía con el murmullo incesante de cosas dichas que la clasificación de lo que se viene diciendo. No sabría explicar por qué estos textos han alcanzado una suerte de sintonía cálida con Foucault, que es una comprensión con nuestro necesario trabajo de ascesis y de elaboración de nuestra propia vida. Y esta consideración no es ni individual ni personal. No sé si la palabra es movilización, activismo, implicación intervención, pero sí hay una cierta convocatoria en estos escritos a otra forma más poética y creativa de lo político, hasta alcanzar no sólo a la ciudad, sino a cada uno de nosotros . O mejor, hasta incidir en la necesidad de que seamos ciudad. Tal vez Foucault desconocido nos violente hacia una forma diferente de vivir, de pensar.
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Organizada por especialistas na produção intelectual de Michel Foucault, esta obra, integrante da coleção Estudos Foucaultianos, traz grande parte das discussões e indagações apresentadas no VI Colóquio Internacional Michel Foucault: Filosofia e Política, realizado em 2009 no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Este livro oferece uma série de artigos que discutem sobre os estudos de Michel Foucault acerca de filosofia e política. Para tanto, os autores produziram aqui análises sobre as relações de saber e de poder que revelam, com muita propriedade, os nexos entre filosofia, presente histórico e participação política presentes na obra do filósofo francês.
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Os textos aqui reunidos tiveram origem na notícia de um acontecimento trágico, do qual, fez parte um laudo psicológico. São textos que trazem uma contribuição imprescindível à reflexão sobre um estado de coisas profissional que não quer e não pode calar. São relatos de pesquisas e ensaios que analisam a avaliação psicológica nas Varas de Família; os preconceitos étnicos e de classe envoltos no manto das supostas objetividade e neutralidade da Ciência; as concepções ideológicas de infância; a naturalização e a universalização da família nuclear como padrão de normalidade; o neo-organicismo atual, que procura no DNA os determinantes do comportamento; a surdez sociopolítica dos psicólogos; sua formação em tempos de cinismo; as relações entre a Psicologia e o Direito, para além da mera e perigosa produção de laudos; o lugar imprescindível da Filosofia nos cursos de Psicologia, sem a qual se formam técnicos prontos a somar com a barbárie.
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Quinto volume da Coleção Encontros Anuais Helena Antipoff, o livro discute as articulações entre as construções históricas dos campos da psicologia, da psicanálise e da educação e suas contribuições para os desafios colocados pela contemporaneidade.
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Este livro-texto reúne artigos que oferecem uma reflexão sobre a História da Psicologia produzida por autores que conhecem a realidade do ensino universitário e da pesquisa no Brasil, atuando nas principais instituições de nosso país. Diferente de um a coletânea, História da Psicologia foi estruturado e tecnicamente revisto de forma a oferecer ao leitor uma visão geral sobre o tema, evitando repetições e ausências. Conta também com uma inédita contribuição sobre o estabelecimento deste campo de conhecimento e atuação no Brasil após os mais de quarenta anos da regulamentação da profissão de psicólogo. Uma obra própria para adoção em cursos de História da Psicologia ou Introdução à Psicologia de qualquer universidade.
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Em outubro de 2011 aconteceu o VII Colóquio Internacional Michel Foucault, promovido pelo Grupo de Pesquisa Michel Foucault, do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O evento, que reuniu professores e estudantes de várias áreas do conhecimento e procedentes de diversas regiões do Brasil e do exterior, celebrou o cinquentenário de publicação de História da loucura na Idade Clássica, célebre livro de Foucault, e teve como tema “O mesmo e o outro”. Este livro reúne textos elaborados pelos participantes e discutidos no evento. A obra apresenta reflexões acerca de variados temas relacionados a História da loucura na Idade Clássica e das decorrências que ele suscita.Entre análises sobre o campo da medicina psiquiátrica, sobre as políticas e práticas da psiquiatria e sobre abordagens da loucura em diferentes âmbitos, os autores desta obra certamente contribuem para os desdobramentos do pensamento de Michel Foucault e para proporcionar novas investigações nas mais diversas áreas do saber.
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VI Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da Unigranrio (SINCTEC 2012)
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A experiência do tempo se modificou radicalmente e, entre as diversas novas experiências temporais, vivenciamos pela primeira vez na história da humanidade a sensação de impossibilidade de perda total e absoluta de seus objetos, que nos criam a forte ilusão de terem se tornado seres de passagem que podem retornar e se fixar no tempo presente, como se nunca daqui tivessem se afastado. Através das novas e cada vez mais sofisticadas tecnologias, nada parece desaparecer totalmente, mas, talvez, ter se transformado em fantasmagorias que ressoam no tempo presente. Estas e outras questões são debatidas, nesta coletânea, por estudiosos de diversas áreas e várias nacionalidades, a partir de um colóquio internacional sobre o tempo, realizado no Rio de Janeiro.
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