A sua pesquisa
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O objetivo deste artigo é, ), por meio de um estudo teórico-conceitual, examinar textos de revisão indexados pela American Psychology Association (APA) do caso Emmy von N., de Freud, publicado em 1895. Essas revisões tratam de escritos psicanalíticos que reanalisam o caso, atribuindo novo diagnóstico e novas dinâmicas. O caso Emmy presencia o nascimento da psicanálise e é um de seus “parteiros”. Sua análise e seu diagnóstico testemunham o momento da psicanálise em que se produziu. No entanto, muitos anos se passaram e a histeria foi ganhando outros significados em psicanálise, assim como a própria psicanálise foi se modificando desde então. Um pouco dessas modificações podem ser observadas através das revisões de casos célebres. Foram encontrados e examinados artigos publicados entre as décadas de 1950 e 1980, voltados à revisão do diagnóstico de Emmy, e artigos publicados entre as décadas de 1990 e 2000, que salientam o valor histórico do caso para o método, teoria e clínica psicanalítica na atualidade. Assim como o caso Emmy testemunha o nascimento da Psicanálise, cada retorno ao caso testemunha um momento da Psicanálise, enquanto um campo de saber em construção, hoje e em 1891.
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Esse estudo trata das relações entre a mística e a Psicanálise. No início, busca-se encontrar uma definição para conceitos centrais ao tema, como “espiritualidade”, “religião” e “religiosidade”. Em seguida, justifica-se a importância clinica de pesquisar o assunto, tendo em vista tanto uma preocupação com a conduta terapêutica de tais fenômenos quanto a compreensão de que a mística nos convida a refletir sobre os fundamentos da condição humana como um todo. Partindo da concepção clínica de Gilberto Safra e da divisão feita por William Parsons entre categorias de compreensão do tema, se abordará o tratamento da mística na clínica psicanalítica numa dupla perspectiva hermenêutica - em que ela pode ser compreendida enquanto fruto de dinâmicas psíquicas ou, ao contrário, como experiência de alteridade ontológica. Por fim, serão apresentados alguns dos diferentes modos pelos quais a mística foi abordada na história da Psicanálise, problema que leva a uma revisão e a um questionamento das fundações dos modelos antropológicos subjacentes às variadas perspectivas clínicas.
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Nos estudos sobre a festa do Carnaval e a sobre a construção da Identidade Nacional na década de 1930, é comum a citação ao dirigismo cultural getulista, às ideologias de branqueamento, bem como à valorização da mestiçagem nesse período. A proposta deste artigo é trazer à baila como produções artísticas e culturais, como rádio, cinema, e o teatro de revista, pouco estudadas pela literatura histórica e antropológica, contribuíram para popularizarem e transformarem o samba e o carnaval como referências basilares para a construção da identidade brasileira. Outrossim, refletimos sobre a manutenção e atualização dessas comemorações coletivas através do tempo.
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Durante a ditadura militar (1964-1985), o Brasil presenciou um período de intensa repressão política e social. Os grupos opositores ao regime eram compostos majoritariamente por homens, mas a participação feminina não pode ser desconsiderada. Este trabalho buscou investigar elementos relacionados à representação de "ser mulher militante" no período, procurando compreender as repercussões das hierarquias de gênero presentes nesses espaços. Assim, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com ex-militantes. As informações foram submetidas à análise de conteúdo, que evidenciaram as categorias temáticas: Entre novos e velhos militantes: negociando diferenças de geração e gênero; Atributos do "bom militante": liderança, intelectualidade e modelo de conduta; e, Ser mulher militante: entre a manutenção e a ocupação de novos espaços. Ao investigar as representações sociais de "ser mulher militante" e compreender as relações sociais e de gênero comuns às organizações esquerdistas, este trabalho oferece elementos para a compreensão de aspectos ainda pouco explorados sobre a ditadura militar.
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Objetivamos apreender modos de elaboração da experiência ontológica na análise fenomenológica da autobiografia Minha infância e mocidade de Albert Schweitzer (1875-1965), buscando evidenciar especificidades da metodologia utilizada. Apreendemos que a escolha dos episódios e pensamentos descritos, e a organização do texto intentam atestar a constância do autor. Suspendendo o caráter moralizante do conteúdo comunicado, focalizamos a estrutura da vivência dos valores reconhecidos como irrenunciáveis. Emerge que a elaboração da experiência ontológica em Schweitzer liga-se à vivência do problema da verdade. Dialogando com a noção de Experiência Elementar, identificamos a exigência de verdade como aspiração radical que sustenta a curiosidade diante do mundo e se apresenta na pergunta pelo significado global da existência, contemplando o nexo pessoa-totalidade. Como conclusão, compreendemos que na autobiografia de Schweitzer a elaboração da experiência ontológica, ao coincidir com a elaboração sobre aderir ao que reconhece como verdadeiro, abre-se para horizonte totalizante em que a realidade concreta é acolhida como sinal e a vida é concebida como jornada de concretização dos valores não escolhidos, mas intuídos pela consciência. Conclui-se também que focalizar a estrutura das vivências, reconhecendo o dinamismo das exigências humanas, abre caminho para analisar a subjetividade em autobiografias sem incorrer em subjetivismo ou psicologismo.
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O objetivo do artigo é discutir as matrizes teóricas da concepção vieiriana da palavra como instrumento da medicina do ânimo. Através do método da história conceitual, são evidenciados na leitura dos sermões de Vieira, tópicos recorrentes que se referem à função terapêutica da palavra. É estabelecida a relação entre esses tópicos e o universo cultural a que Vieira se inspira, especialmente a Companhia de Jesus. Os resultados apontam pelo fato de que a função da oratória na perspectiva de Vieira inspira-se numa tradição, cujos pilares são Cícero, Sêneca e Agostinho. Estes autores foram apropriados pela Companhia de Jesus e propostos nos Colégios, desde o século XVI. Conclui-se que pela referida tradição, o cuidado do ânimo é entendido como pratica da vida regrada pelo exercício da sabedoria. Tal exercício cura desequilíbrios anímicos e enfermidades decorrentes. Esse cuidado é confiado à palavra ordenada conforme os preceitos da retórica articulados a conceitos filosóficos.
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Nosso objetivo com este artigo será o de resgatar alguns elementos da experiência clínica de Freud que levaram o médico vienense a abandonar uma aproximação exclusivamente anatomopatológica do fenômeno clínico. Tendo isso em vista, retomaremos alguns artigos fundamentais publicados pelo psicanalista durante as duas últimas décadas do século XIX e os discutiremos a partir da literatura científica a eles contemporânea, reconstruindo assim o contexto dentro do qual a psicanálise pôde emergir enquanto prática clínica. Serão privilegiadas aqui as experiências de Freud como neurologista e como hipnoterapeuta, sua tentativa de superar algumas dificuldades ligadas à démarche anatomoclínica e a introdução de uma nova materialidade que faria nascer a importante noção de realidade psíquica.
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O objetivo deste artigo é refletir sobre o letramento a partir das contribuições da Análise do Discurso de tradição francesa e da Psicanálise lacaniana. Procuramos mostrar como, ao resistir ao discurso da ciência, adultos analfabetos afirmam seu letramento pela capacidade de elaborar narrativas que lhes asseguram autoria dos seus próprios dizeres; narrativas em que o narrar é equivalente ao narrar-se, ou seja, à construção da subjetividade. De nosso ponto de vista, ao tornar possível ao sujeito que faça “um”, estabelecendo uma unidade transitória e ilusória entre a linguagem e o mundo, a narrativa permite a emergência da autoria e da singularidade do sujeito. Opõe-se ao discurso científico que tem como materialização máxima o discurso da lógica.
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Neste artigo, descrevemos o processo de construção discursiva da autoridade e do saber salesianos no âmbito da Educação e Psicologia em São João del-Rei, Minas Gerais. Investigamos um corpus composto por recortes do jornal Diário do Comércio, publicados entre 1958 e 1961, arquivados no Centro de Documentação e Pesquisa em História da Psicologia da UFSJ. A leitura cuidadosa e repetida dos recortes e o levantamento de informações sobre o contexto de produção, construção e interpretação do discurso analisado inspiram-se na proposta metodológica de Patrick Charaudeau. Identificamos a criação e funcionamento do Laboratório de Psicologia Experimental da Faculdade Dom Bosco como acontecimento discursivo que favoreceu, localmente, o enaltecimento dos salesianos como grandes educadores. Na prática, o Laboratório se transformou em espaço científico de oferta de serviços psico-pedagógicos, concretizados no Centro de Estudos Pedagógicos, no Círculo de Pais e Mestres e na formação do orientador educacional.
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Esta pesquisa qualitativa de inspiração fenomenológica buscou compreender e interpretar a experiência de universitários em relação ao atendimento psicológico disponibilizado pela instituição. Treze graduandos, entre 18 e 25 anos, de áreas do conhecimento variadas e que vivenciaram psicoterapia de tempo determinado e/ou grupo terapêutico participaram de encontros individuais de natureza dialógica. A análise, a partir da construção de narrativas sobre os encontros, num movimento fenomenológico de construção de sentido, evidenciou que os participantes: a) vivenciaram um encontro consigo mesmos e com outras pessoas, desvelando-lhes novos significados; b) perceberam o desencadeamento de um processo pessoal transformador; c) sentiram-se desafiados face a um atendimento breve, d) atribuíram a importância da atenção psicológica mais à descoberta de um novo modo de ser e relacionar-se do que ao aprofundamento de questões; e) consideraram necessária a atenção psicológica na universidade. Concluiu-se que a atenção psicológica no contexto universitário possibilita um processo de reestruturação pessoal.
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O artigo apresenta resultados de uma pesquisa que investigou a apropriação de ideias de Jean Piaget divulgadas na Revista do Ensino (1925-1940), entre 1930 e 1940. O periódico, publicado pela Inspetoria Geral da Instrução de Minas Gerais, era responsável pela divulgação dos princípios da Escola Nova no âmbito da reforma educacional mineira. A análise da revista revelou a existência de onze textos em que há citações diretas a Piaget. Esses textos podem ser divididos em dois grupos em termos de gênero: um conjunto formado por discursos, resenhas e notícias e outro representado por artigos que tratam da criança e de seu psiquismo. Desse conjunto de artigos, analisamos seis textos que trazem apropriações do conceito de egocentrismo ao lado da socialização do pensamento. Como conclusão, entendemos que, no periódico estudado, o psicólogo suíço era tomado como referência para as discussões do impacto do ambiente sobre o desenvolvimento psíquico da criança.
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In Memoriam
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Este trabalho apresenta uma reflexão sobre a relação entre o postulado da intencionalidade da consciência, proposição maior da Fenomenologia, e a experiência da meditação. Distingue a meditação, como experiência humana vivida a partir de uma consciência intencional (consciência-de) e a meditação vivida como experiência do vazio da consciência-de (consciência pura, silêncio absoluto). Identifica, na linguagem da espiritualidade mística, a primeira, como uma experiência de não-dualidade e, a segunda, como uma experiência de unidade, e aponta que o percurso para se viver uma e outra se inicia a partir da consciência mundana, que se crê dual, que separa sujeito e objeto, observador e observado, pensador e pensamento. Coteja as concepções ocidental e oriental de consciência, eu, vazio e vacuidade e registra a relação entre consciência e liberdade. Encontra, na poesia, a linguagem que melhor expressa a experiência da meditação, sobretudo a vivida como vazio da consciência-de, como consciência pura, silêncio absoluto.
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O artigo busca elucidar alguns elementos da relação entre Dilthey e Husserl concernentes ao tema da psicologia descritiva. Para ambos os autores, a investigação das formações culturais exige, para sua fundamentação, a abordagem da vida psíquica do sujeito. Em primeiro lugar, o artigo expõe alguns elementos históricos da relação entre Husserl e Dilthey. Em segundo lugar, apresenta o projeto de Dilthey em sua obra Ideias para uma psicologia descritiva e analítica. Ao final, é discutida a avaliação de Husserl frente às concepções de Dilthey, bem como as diferenças e as relações entre a concepção hermenêutica de Dilthey e a concepção da psicologia fenomenológica husserliana, entendida como ciência eidética.
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A expansão dos cursos de Psicologia e a aceitação social desta ciência e profissão no Brasil, a partir da década de 70 do século passado, possibilitaram a criação de veículos de comunicação que facilitassem a difusão de conhecimentos e de fazeres psicológicos. A revista Psicologia Atual começou a ser publicada em 1977 e perdurou até 1986, sob a responsabilidade do Grupo Editorial Spagat. A presente pesquisa teve por objetivos identificar diferentes conteúdos associados à Psicologia Humanista publicados na revista, as diferentes abordagens teóricas veiculadas por ela, os seus proponentes e depreender significados que lhe eram atribuídos. Os conteúdos identificados foram categorizados em artigos, entrevistas, publicidade e reportagem. A seguir foram identificadas abordagens teóricas às quais as inserções se referiam. Os dados foram analisados pelo método descritivo-interpretativo. Os resultados indicaram um expressivo número de publicidade, em diferentes modalidades. A maior parte delas se referia ao Psicodrama, seguido pela Gestalt-Terapia e pela Abordagem Centrada na Pessoa. Em menor número, identificaram-se artigos e reportagens que tratavam de temas contemporâneos à época. Conclui-se que a difusão da Psicologia Humanista, por vezes estava associada à práticas corporais ou não psicológicas e que representou uma possibilidade de liberdade de expressão frente ao cenário político daquele contexto histórico.
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O artigo que segue apresenta a relação entre a loucura e a sociedade no Brasil ainda colônia, seguido da análise das mudanças ocorridas neste campo com a chegada da família real, período imperial e a recém proclamada república. Destas mudanças, vê-se no ato da maioridade de Pedro II a primeira legislação que relaciona saúde mental e tratamento, necessariamente hospitalar. Estudamos aqui as legislações de caráter nacional e as alterações na formatação da assistência em saúde mental decorrentes das mesmas no período compreendido entre os anos de 1841 e 1930, com paralelo ao estudo e evolução do alienismo e da psiquiatria nascente como disciplina médica, bem como campo de conhecimento crescente.
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Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (115)
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Entre 2000 e 2025
(1.715)
- Entre 2000 e 2009 (501)
- Entre 2010 e 2019 (827)
- Entre 2020 e 2025 (387)