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O presente artigo considera, inicialmente, o desenvolvimento da fenomenologia nos Estados Unidos da América a partir de William James e da transferência de importantes filósofos europeus para aquele país devido a Segunda Guerra Mundial. Em seguida apresenta a contribuição de Erwin Straus para a antropologia e para a psiquiatria fenomenológica, bem como a formação do World Institute for Advanced Phenomenological Research and Learning com Tymieniecka e outros. Periódicos como Philosophy and Phenomenological Research, Analecta Husserliana, Journal of Phenomenological Psychology, e The Journal of the Society for Existential Analysis, dentre tantos outros, são apresentado com seus programas interdisciplinares, interculturais e internacionais.
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A despeito do interesse atual das Ciências Humanas pela questão da Memória, tem-se subestimado a recorrência com que eventos recordados são identificados como saudosos no discurso do dia a dia dos brasileiros. Memória e Saudade não têm o mesmo significado, mas estão fortemente relacionadas. Como aponta para a valorização de um componente afetivo do conteúdo mnemônico, a problemática dessa relação é de interesse para o entendimento de processos psicossociais mais amplos. O presente estudo objetivou identificar distinções, analisando a produção teórica, nas noções de memória social e saudade. Num segundo momento, faz-se a proposta de que o tratamento articulado dessas duas noções pode resultar em ganhos na análise psicossocial das recordações.
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Com o objetivo de melhor delinearmos a origem da Psicopatologia do Trabalho na França e alguns dos seus desdobramentos, são apresentados determinados fatos sócio-históricos ocorridos naquele país no século XX. Tais desdobramentos possibilitaram a formação das modernas vertentes de pesquisas na área, como por exemplo os estudos de Paul Sivadon, Louis Le Guillant e Christophe Dejours. Também são feitas referências a algumas contribuições atuais em Saúde Mental e Trabalho para a proposta téoricometodológica de Le Guillant. Assim, pretende-se apresentar uma visão genealógica da disciplina para uma maior compreensão da sua ressonância sobre os aspectos teóricos e metodológicos que norteiam atualmente algumas linhas de pesquisas sobre a saúde mental dos trabalhadores.
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Analisa-se o processo de racionalização característico da sociedade moderna e a crise da razão iluminista. Com a desconstrução do passado são abandonadas promessas de felicidade, consideradas metanarrativas destituídas de credibilidade: as possibilidades de satisfação se concentram no presente, na sucessão das modas. O império do efêmero (Lipovetsky) libera o indivíduo do peso de sistemas de significado que exigiam dedicação e sacrifício. A colonização do mundo-da-vida por parte do mercado traz como conseqüência a banalização da existência (Arendt). Configura-se uma mutação antropológica, iniciada pela ruptura do entrelaçamento entre amor, sexualidade e procriação. Apontam-se mudanças na família: o valor da igualdade no quotidiano, originando formas mais democráticas de partilhar tarefas e responsabilidades; a exigência de satisfação no presente questiona o ideal de sacrifício da pessoa pelo bem da família. Na pluralidade de opções, os indivíduos movem-se entre a sedução do mercado e a autonomia da liberdade. Nesse contexto, desenvolvem-se as políticas familiares.
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O objetivo do trabalho é a análise de um sermão pregado pelo jesuíta Antônio de Sá em Salvador no ano de 1660, na Catedral da Sé, na ocasião da celebração do desagravo pelo ato sacrílego ocorrido naquele local, que destruiu parcialmente a estátua de Nossa Senhora das Maravilhas. O sermão introduz ao significado complexo da imagem sagrada na cultura católica da Idade Moderna, assim como foi sendo elaborado ao longo da tradição atualizada pelas normas do Concílio de Trento. Destacam-se três dimensões fundamentais: os efeitos da imagem no dinamismo anímico; o valor místico da imagem; o valor sacramental da mesma, pelo qual esta torna-se sinal do corpo da comunidade cristã na Bahia.
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In memoriam Carolina Martusceli Bori (1924-2004)
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In Memoriam Josef Brožek (1913-2004)
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Este artigo trata das relações entre ética e memória popular, dialogando com narrativas orais de marisqueiras e pescadores artesanais de Ilhéus, Bahia. Diante da modernização e das políticas para a pesca na Bahia das diversas instituições que lidam com os pescadores artesanais, percebemos uma defesa das artes tradicionais da pesca nas memórias e narrativas das marisqueiras e pescadores. Estes modos de vida encontram-se no centro de um diálogo e debates sobre tradições, mercados de abastecimento, organização de associações e colônias de pescadores, instituições da pesca e universidade.
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As sociedades contemporâneas, inscritas no modo de produção capitalista, estão envolvidas em um processo de subjetivação, ou seja, de produção continuada de modos de pensar, de sentir, de avaliar, que se revertem na manutenção desta mesma ordem social. Um dos processos mais evidentes no contexto da subjetivação é a valoração de diferentes aspectos da vida a partir da quantificação econômica, de forma que o próprio capital torna-se doador de valor e de sentido para diferentes domínios da vida. A existência torna-se unidimensional, perdendo a complexidade à medida que substitui os múltiplos sistemas de valor pela valoração capitalista. Também a sexualidade inscreve-se na subjetivação capitalística: por um lado, ela comparece associada às mercadorias numa infinidade de peças publicitárias; por outro, permanentemente associada ao universo das mercadorias, acaba por adquirir algumas das suas qualidades. É nesse contexto que se verifica o aumento das relações amorosas de curta duração, relações descartáveis.
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Um dos campos possíveis para o estudo do surgimento dos saberes psicológicos é o das práticas de governo, ou governamentalidade, que se definem como as formas como se estrutura a condução da conduta alheia desde as formas pastorais do cristianismo primitivo até os modos atuais do Estado contemporâneo. Nas novas formas de governo presentes nas sociedades democráticas contemporâneas, o discurso psicanalítico, assim como as diversas práticas psi têm especial importância enquanto modo de gestão tecnocrática. Partimos da idéia de que a psicanálise é uma prática que se perpetua para além do consultório e de uma práxis individual, tendo um papel diretivo nas políticas sociais. O objetivo deste trabalho é estudar como o discurso psicanalítico produz formas de gestão de si e dos outros, pensando sua atuação dentro das instituições, no governo de coletivos, assim como de equipes no interior da reforma psiquiátrica.
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Este trabalho consiste numa revisão que procura trazer à tona questões relativas às especificidades do contexto da produção neurofisiológica da Rússia de fins do século XIX e dos primórdios do século XX. Entende-se que ao revisitar aspectos da história política e ideológica dos períodos anteriores e posteriores ao ano de 1917, sejam trazidos à luz elementos relevantes que fomentem reflexões acerca dos impactos produzidos pelo advento da escola científica erigida naquele país, que ficaria conhecida como Reflexologia Soviética, sobre campos de conhecimento emergentes, como por exemplo, as neurociências.
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Trata-se de um estudo sobre a história da disciplina “psicologia” lecionada na Escola Normal Antonino Freire, ao longo de mais de 80 anos, na cidade de Teresina – PI. Seu objetivo consiste em conhecer o percurso histórico dessa disciplina a partir de suas ementas, dos conteúdos trabalhados nas aulas e do material bibliográfico indicado pelos professores responsáveis. A estratégia metodológica partiu, em um primeiro momento, da análise documental do material pertencente ao arquivo da instituição: documentos, relatórios, diários de classe, provas e histórico dos alunos; e, em um segundo momento, de entrevistas narrativas com os professores que ministraram a disciplina, a partir dos anos de 1970. O estudo apontou para a importância que a psicologia teve nos currículos da Escola Normal do Piauí, bem como na formação de professores na cidade de Teresina.
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A relação entre futebol e política é algo que assume contornos muito nítidos em nossa sociedade neste início de século XXI. Não se pode considerar como rara a aproximação entre figuras proeminentes do poder, nas suas diferentes esferas, e clubes de futebol ou a seleção nacional. Uma aproximação que, no contexto das décadas de 1930 e 1940 – com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder –, apresentava um caráter mais efetivo ante a afirmação do futebol perante os diferentes setores sociais. Este artigo analisa a dinâmica conflitiva da relação futebol / política a partir do projeto varguista de utilização dos estádios do Pacaembu (SP) e São Januário (RJ) como plataformas de propaganda dos ideais do regime, ressaltando o contraponto deste processo quanto ao sentido destes monumentos para os torcedores comuns, cuja concepção, a despeito do valor destes palcos, não se enquadrava necessariamente nos moldes que lhes eram propostos naquele momento histórico.
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O presente artigo faz uma revisão dos anos iniciais de trabalho de Nise da Silveira, entre 1944 e 1952. Neste período, anterior aos seus estudos vinculados à abordagem de C.G. Jung, Nise da Silveira fez sua passagem do campo da neurologia para a psiquiatria e combateu práticas como o eletrochoque, o coma insulínico e a lobotomia. Ao abandonar as práticas médicas convencionais, propôs a utilização de atividades expressivas como método não agressivo. A partir das produções dos ateliês da Seção de Terapêutica Ocupacional do Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio de Janeiro, coordenado por ela a partir de 1946, Nise da Silveira fundou, em 1952, o Museu de Imagens do Inconsciente.
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O artigo problematiza o conceito de instituição a partir da proposição deleuziana de que os conceitos com alto grau de ‘porosidade’ viabilizam múltiplas formas de com eles operar. Persegue as variações compreensivas que este conceito vai assumindo nas diferentes correntes do movimento institucionalista francês. Percorre, para isso, brevemente, as condições históricas que resultaram nas elaborações teóricas de cada uma das principais correntes do movimento para delinear os efeitos metodológicos por elas produzidos. O artigo se encerra com a apresentação, em quadros comparativos, de conceitos-chave que sintetizam as nuances diferenciais entre cada uma das cinco correntes abordadas: a psicossociologia, a pedagogia institucional, a psicoterapia institucional, a análise institucional e a esquizoanálise.
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O presente trabalho tem como objetivo problematizar a relação entre a Psicologia Social e a Educação. Discute-se a produção da exclusão nas instituições escolares e os processos de normatização que vêm gerando a medicalização exacerbada das crianças e a judicialização da vida cotidiana.
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