A sua pesquisa
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O manicômio, com sua função de exclusão, aniquilação de subjetividades e de vidas, foi considerado o lugar de destino e disciplina de todos os tipos de indesejados que não se ajustavam às normas. No Brasil, todavia, a intensa luta política por parte dos militantes do Movimento de Luta Antimanicomial, os avanços do progresso técnico, com a implementação de serviços substitutivos e novas forma de controle, tornou sua existência, enquanto estrutura material, obsoleta. Mas isso não significou a superação dos desejos de manicômio, expressadas nas “novas cronicidades” dos serviços de saúde mental do país. Além disso, percebe-se atualmente a persistência de um abandono de atenção e investimentos, em todos os níveis. O foco no objeto, na busca pelo órgão doente, e, portanto, a suspensão de todo elemento subjetivo presente na experiência do “estar fora de si”; o relacionamento diferenciado entre quem é imputável e pode gerir os problemas da vida e quem está submetido a um Outro que decide sobre sua vida; a validade dos conceitos de saúde e normalidade, balizados por critérios relacionados à lucratividade e à manutenção da cultura da exclusão e da marginalização, têm sido elementos persistentes no território da Saúde Mental. É preciso, então, (Re)pensar a Saúde Mental e os processos de desinstitucionalização. O livro que o leitor tem em mãos é nossa contribuição nesse sentido, uma vez que oferece análises preciosas sobre as histórias, as formas de intervenção e os desafios ético-políticos que todos necessitam conhecer para um atuação crítica e transformadora no campo da Saúde Mental.
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Este livro, fruto de discussões oriundas do GT da ANPEPP “Tecnologias, subjetividades, políticas e escritas de pesquisa”, abrange diferentes possibilidades de pesquisa cujo fio condutor foi o PesquisarCOM como política de pesquisa que traz uma proposta de um fazer pesquisa com o outro e não sobre ele. Pela versatilidade dessa metodologia, e por suas bases conceituais, ela nos permite abranger diversos campos e práticas e é nesse espírito que esta obra foi organizada: diversidade, apostas metodológicas ativas, experiências vivas e práticas não hierarquizadas.
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Highlighting the social and economic context, the article examines the changes in psychiatric care in the state of Santa Catarina from 1971 through 1975. Guided by experts from the Pan American Health Organization, the state government devised a mental health policy that was based on U.S. experiences in preventive and community psychiatry under the Kennedy administration (1961-1963) and that was in tune with the guidelines laid out by Brazil’s National Social Security Division (Divisão Nacional de Previdência Social). As a product of qualitative research based on interviews with professionals involved in the development of these initiatives in the 1970s, the article discusses the background to the 1980s and 1990s psychiatric reform in Brazil and reflects on the historical role of these initiatives in Santa Catarina.
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Este artigo tem por objetivo problematizar um dispositivo importante no processo de reforma psiquiátrica brasileira que é a reabilitação psicossocial. Os autores observam que novas modalidades de tratamento em saúde mental não determinam que os doentes mentais possam efetivamente assumir a condição de cidadão, pois princípios manicomiais podem estar presentes, embasando serviços e práticas. O que se observou é que a reabilitação psicossocial tem uma grande importância na vida dos ditos doentes mentais, mas apresenta o risco de promover a manutenção da condição de psiquiatrizado. Para se pensar sobre essa questão, recorre-se à genealogia de Michel Foucault que consiste na problematização das práticas de poder subjacentes aos discursos psiquiátricos contemporâneos no Brasil.
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