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Com base nas problematizações desenvolvidas na linha de pesquisa da autora a história oral como ferramenta para a construção da história da Análise Institucional no Brasil , o artigo explora conceituações da memória compatíveis com a crítica dos psicologismos e sociologismos dominantes. Recorre primordialmente à idéia de memória-composição do historiador oral Alistair Thomson, exibindo seus nexos com a noção de modos de subjetivação, conforme proposta por Foucault, Deleuze e Guattari. Esta interferência permite hipotetizar a existência de relações entre a prática da história oral, as formas de coleta de lembranças e o engendramento, no presente, de futuros alternativos tanto para as subjetivações quanto para os paradigmas teóricos e/ou historiográficos.
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O artigo problematiza o processo de criação de uma especialidade em Psicologia Social, campo até então considerado imune à constituição dos especialismos tão comuns em nossa área de atuação. Para tanto, recorre a conceitos da Análise Institucional - Efeito Weber, Efeito Lukács, campo de intervenção e campo de análise -, que funcionam como ferramentas na apreciação tanto da história recente da Psicologia Social no Brasil quanto da definição oficial da Psicologia Social como especialidade.
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O “muito de possível” − epistemológico, ético, estético e político − implicado na relação com Sylvia Leser como orientadora é sugerido no texto por meio do relato de memórias da autora, bem como da transcrição de parte de sua tese de doutorado intitulada “No rastro dos ‘cavalos do diabo': memória e história para uma reinvenção de percursos do paradigma do grupalismo-institucionalismo no Brasil”, defendida em 2002, no Instituto de Psicologia da USP. Nesse intuito, foi utilizado um andamento de inspiração musical − atrever-se, conviver, escrever, ouvir e ler, prolongar −, capaz de se aproximar minimamente da oralidade, marca singular do vínculo de afeto-pensamento entre orientador e orientando.
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O artigo reconstrói os vínculos entre a gênese teórica e a gênese social de conceitos e dispositivos da Análise Institucional francesa, entendida como regime de verdade, prática e subjetivação, durante seus "anos de inverno" - expressão inspirada em Félix Guattari, que, através dela, retrata o mundo contemporâneo. Um destaque especial é dado aos conceitos de implicação e sobreimplicação, conforme concebidos por René Lourau. As considerações finais esboçam questões sobre a Análise Institucional no Brasil, particularmente em suas relações com a Universidade. Presume-se então que a 'dobra sobre si' efetuada pela Análise Institucional esteja necessariamente relacionada a um 'desprendimento de si'.
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O trabalho tem por base três relatos, intitulados O homem das tartarugas, O beijo de Lacan e Por que matei minha mulher, colhidos durante uma pesquisa sobre a História da Análise Institucional no Brasil, que facultam uma experimentação relativa aos jogos de verdade presentes em investigações que recorrem ao paradigma da História Oral. Com tal intuito, lança-se mão da genealogia foucaultiana e da micro-história, articulando-as às contribuições do movimento crítico em História Oral, ligado às ferramentas analíticas propiciadas por autores como Alessandro Portelli e Alistair Thomson. Considerações sobre fidedignidade, forma narrativa, relação entrevistador-entrevistado, posição do narrador, usos da biografia, memória, modos de subjetivação e dialogismo compõem o campo de análise forjado para apreciar os efeitos de verdade-poder que se fazem presentes quando a oralidade é incorporada a estudos históricos sobre as práticas psicológicas.
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Em "Resposta a uma questão", artigo-réplica a perguntas encaminhadas a Michel Foucault pela revista Esprit, um parágrafo concernente às relações entre a constituição da medicina clínica e a Revolução Francesa nos parece, ainda hoje, paradigmático do modo de pensar foucaultiano. O presente ensaio dele parte, no intuito de distinguir a perspectiva foucaultiana daquelas ligadas à História das Mentalidades e à Sociologia do Conhecimento. Em seguida, usa-o como ferramenta analítica de uma recente polêmica, relativa a uma investigação que se propõe a mapear o cérebro de "adolescentes infratores". Avalia-se que o parágrafo mencionado faculta entender de modo singular o repúdio de uma parcela da intelectualidade e da militância ao projeto de pesquisa em pauta. Com isso, a "Resposta a uma questão" se amplia a uma resposta a muitas questões, especialmente ao que se pode entender por defesa dos Direitos Humanos no campo dos saberes e regimes de verdade.
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O artigo aborda a emergência do movimento contemporâneo da História Oral, ligado a Allan Nevins e ao Oral History Research Office da Universidade de Columbia. A despeito do reconhecimento de experiências anteriores nas ciências sociais do século XX e da busca de precursores, como Heródoto, na Antiguidade, analistas da História Oral preferem situar os começos do movimento no pós-guerra norte-americano. Nesta linha, esforços têm sido feitos para identificar os motivos de tal datação e localização – contexto no qual igualmente se insere a presente discussão, que recorre a ferramentas foucaultianas para circunscrever o modo de produção de uma história oral posteriormente designada como “modelo Columbia”. Levando em conta que a tentativa de introduzir a disciplina no Brasil, em 1975, esteve sob a égide de tal modelo, põe-se em análise a hipótese de que nossa história oral tenha emergido na forma de uma história das elites.
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Recorrendo ao conceito deleuziano de intercessor, o artigo visa a por em cena certa prática da História Oral como dispositivo epistemológico-narrativo de invenção. Os problemas que assediam os oralistas se prendem, hoje, menos a demonstrações de que as fontes orais devam gozar do prestígio associado a procedimentos científicos do que a uma singularização da História Oral enquanto crítica em ato aos cânones hierarquizantes no campo da pesquisa social – âmbito em que as contribuições de Alessandro Portelli se mostram decisivas. O livro Changer de société. Refaire de la sociologie, de Bruno Latour, permite fabricar uma intercessão adicional, pois a análise latouriana potencializa as proposições de Portelli quanto à forma de representatividade imanente à História Oral e ao valor diferencial da relação entrevistador-entrevistado no que tange à reflexividade.
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Recorrendo ao conceito de intercessor, põe-se em cena certa maneira de praticar a História Oral como dispositivo epistemológico-político-narrativo –circunstância em que as contribuições do oralista italiano Alessandro Portelli se mostram decisivas. O livro Changer de société. Refaire de la sociologie,de Bruno Latour, oferece uma intercessão adicional, pois a análise latouriana potencializa as proposições de Portelli quanto ao tipo de representatividade imanente à História Oral e quanto ao valor diferencial da relação entrevistador-entrevistado no que tange à reflexividade dos envolvidos na pesquisa social.
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O presente trabalho, que é parte da investigação Michel Foucault no Brasil: presença, efeitos e ressonâncias, dedica-se a explorar, mediante a bibliografia existente (especialmente a biográfica), outras fontes escritas e entrevistas sob o paradigma da História Oral, as circunstâncias da visita do filósofo a Belo Horizonte, entre 29 e 31 de maio de 1973. Seu principal objetivo é estabelecer uma audiografia de Foucault entre nós, ou seja, tanto a ordem discursiva a que sua palavra se viu submetida quanto à desordem que, naquela, eventualmente imprimiu. Em acréscimo, leva-se em conta que Foucault sempre enfatizou que a verdade, em lugar de estar à espera de nossa visada, possui geografia e cronologia próprias. São focalizadas as falas informais do filósofo na Aliança Francesa e a aula ministrada na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH-UFMG), bem como as conferências proferidas na Clínica André Luís e na Casa de Saúde Santa Clara. Destaque especial é concedido às relações com a imprensa: a presença de Foucault se dá em tempos de ditadura militar e, à época, ele desenvolve uma análise crítica dessa atividade – seja da imprensa burguesa seja da alegadamente de esquerda –, ao mesmo tempo que vê na filosofia uma forma de jornalismo radical. Cumpre acrescentar que o recurso à oralidade – entrevistas realizadas com alguns daqueles que conviveram com o filósofo em 1973 – tem por intuito explorar lembranças acerca do personagem-Foucault e de suas idéias, em busca tanto de instituídos (memoráveis e comemoráveis) quanto de narrativas intempestivas que aportem novas linhas de investigação.
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O artigo expõe os referenciais adotados na pesquisa “MichelFoucault no Brasil: presença, efeitos e ressonâncias”, entendidacomo história do presente. Desenvolve de forma mais detalhadaaspectos da estada de Foucault no Rio de Janeiro, em 1973,quando ele ministra o curso “A verdade e as formas jurídicas”. Articula esse momento a um esboço de diagnóstico da situaçãodo discurso foucaultiano no Brasil, hoje.
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Este artigo decorre do evento "Temas em debate: Ética, Sujeito de Direitos e Instituições", promovido em 24 de agosto de 2012 pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Como palestrante na mesa intitulada “Instituições”, apresentei um trabalho que já fora destinado a outra publicação. Sendo assim, convidada a publicar a participação no evento, elaborei um novo texto, também coerente, suponho, com o problema proposto. O efetivamente apresentado à época pode ser visto em Rodrigues, 2012.
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Michel Foucault esteve por cinco vezes no Brasil, sempre durante os anos da ditadura militar: 1965, 1973, 1974, 1975 e 1976. Essas viagens são razoavelmente conhecidas mediante conferências publicadas e notícias divulgadas na grande imprensa. A última estada de Foucault em nosso país, no entanto, tem características singulares: após seus protestos, em 1975, quando do assassinato do jornalista Vladimir Herzog nos porões do DOI-Codi, o filósofo julgava que não obteria novo visto de entrada. Sendo assim, em 1976, ele contorna os "grandes centros" e visita apenas cidades do Nordeste e Norte brasileiros. O presente artigo procura reconstituir esse percurso menos conhecido de Foucault no Brasil, recorrendo, para tanto, a entrevistas sob o paradigma da história oral com alguns daqueles que com ele conviveram à época, associadas ao divulgado na imprensa alternativa. A reconstituição empreendida sugere não ser uma simples fantasia a vigilância sobre Foucault desencadeada pela ditadura militar, em parte responsável, talvez, pelo fato de o filósofo não mais haver retornado ao Brasil após 1976. Nesse aspecto, as narrativas orais ensejaram caminhos de pesquisa inicialmente não previstos, como a consulta aos documentos do Serviço Nacional de Informações (SNI) disponíveis no Arquivo Nacional.
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O artigo pretende destacar algumas temáticas explicitadas na parresía dos Cínicos e apontar seus possíveis efeitos, no presente, sobre as práticas psicológicas. Debatido por Foucault no curso A Coragem da Verdade, o heroísmo filosófico do cínico estava em levar as determinações filosóficas às últimas consequências, mostrando-as na própria pele. A exigência de uma vida outra para um outro mundo, a experiência histórico-crítica da vida e a militância cínica são aqui trazidas em suas possíveis relações com as práticas da psicologia social que se proponham genealógicas e éticas, em contraponto com as que confiscam e/ou anulam o problema da verdadeira vida.
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O presente artigo parte do dilema apontado na conferência de Canguilhem Que é a Psicologia? de 1956, a fim de mostrar sua atualidade e também que é possível acrescentar-lhe as problematizações contemporâneas que tratam da psicologização e da neurocientifização dos atuais processos de subjetivação. O que temos feito de nossas vidas e de nossas práticas e como agir livremente perante a ameaça crescente de robotização e de cerebralização dos modos de subjetivação? A fim de não ficarmos paralisados frente a tais impasses, sugerimos caminhos possíveis a partir do encontro com Kierkegaard e Foucault, filósofos que se inscrevem, para usar a expressão foucaultiana, em uma via de experimentação não metafísica, caminho esse que já foi bastante privilegiado se voltarmos o olhar para a Filosofia antiga dos exercícios espirituais, porém, que foi sendo esquecido aos poucos pela tradição filosófica ocidental. Uma psicologia experimentante é, por fim, sugerida como caminho possível, na tentativa de reconhecer e/ou de evitar os perigos inicialmente apontados. Sabendo-se que não se pode eliminá-los do cotidiano das práticas psi, pode-se ao menos estar mais atento aos mesmos, sendo esse o objetivo do presente texto.
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Autor
Tipo de recurso
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (115)
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Entre 2000 e 2025
(1.715)
- Entre 2000 e 2009 (501)
- Entre 2010 e 2019 (827)
- Entre 2020 e 2025 (387)