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O artigo reconstrói os vínculos entre a gênese teórica e a gênese social de conceitos e dispositivos da Análise Institucional francesa, entendida como regime de verdade, prática e subjetivação, durante seus "anos de inverno" - expressão inspirada em Félix Guattari, que, através dela, retrata o mundo contemporâneo. Um destaque especial é dado aos conceitos de implicação e sobreimplicação, conforme concebidos por René Lourau. As considerações finais esboçam questões sobre a Análise Institucional no Brasil, particularmente em suas relações com a Universidade. Presume-se então que a 'dobra sobre si' efetuada pela Análise Institucional esteja necessariamente relacionada a um 'desprendimento de si'.
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O trabalho tem por base três relatos, intitulados O homem das tartarugas, O beijo de Lacan e Por que matei minha mulher, colhidos durante uma pesquisa sobre a História da Análise Institucional no Brasil, que facultam uma experimentação relativa aos jogos de verdade presentes em investigações que recorrem ao paradigma da História Oral. Com tal intuito, lança-se mão da genealogia foucaultiana e da micro-história, articulando-as às contribuições do movimento crítico em História Oral, ligado às ferramentas analíticas propiciadas por autores como Alessandro Portelli e Alistair Thomson. Considerações sobre fidedignidade, forma narrativa, relação entrevistador-entrevistado, posição do narrador, usos da biografia, memória, modos de subjetivação e dialogismo compõem o campo de análise forjado para apreciar os efeitos de verdade-poder que se fazem presentes quando a oralidade é incorporada a estudos históricos sobre as práticas psicológicas.
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Em "Resposta a uma questão", artigo-réplica a perguntas encaminhadas a Michel Foucault pela revista Esprit, um parágrafo concernente às relações entre a constituição da medicina clínica e a Revolução Francesa nos parece, ainda hoje, paradigmático do modo de pensar foucaultiano. O presente ensaio dele parte, no intuito de distinguir a perspectiva foucaultiana daquelas ligadas à História das Mentalidades e à Sociologia do Conhecimento. Em seguida, usa-o como ferramenta analítica de uma recente polêmica, relativa a uma investigação que se propõe a mapear o cérebro de "adolescentes infratores". Avalia-se que o parágrafo mencionado faculta entender de modo singular o repúdio de uma parcela da intelectualidade e da militância ao projeto de pesquisa em pauta. Com isso, a "Resposta a uma questão" se amplia a uma resposta a muitas questões, especialmente ao que se pode entender por defesa dos Direitos Humanos no campo dos saberes e regimes de verdade.
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O objetivo do presente trabalho é analisar a constituição do projeto de uma psicologia científica na obra de Wilhelm Wundt. Tendo em vista as inúmeras falhas e lacunas na literatura secundária, propõe-se uma nova interpretação de seu pensamento, amparada principalmente no exame de fontes primárias, envolvendo tanto suas obras oficiais quanto materiais inéditos do ¿Espólio-Wundt¿ da Universidade de Leipzig. A tese central é a de que o projeto wundtiano de uma psicologia científica só pode ser adequadamente compreendido se levarmos em consideração os interesses e os pressupostos filosóficos que o fundamentam. Em outras palavras, demonstra-se que a psicologia de Wundt não pode ser separada de seu projeto filosófico, do qual ela é uma parte essencial. Argumenta-se que somente dentro desta perspectiva é possível compreender a ruptura teórica operada por Wundt em relação ao seu projeto psicológico inicial ¿ ruptura esta que permanece mal explicada, quando não ignorada na literatura secundária ¿, assim como a evolução e o amadurecimento posterior de seu sistema de psicologia. Finalmente, discutem-se a questão da unidade teórico-conceitual de seu projeto final e os limites do mesmo.
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