A sua pesquisa
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O artigo descreve vicissitudes históricas do Psicodrama no Brasil, tomando como marcos cronológico-institucionais o V Congresso Internacional de Psicodrama e Sociodrama (1970) e a promoção, em 2001, pela prefeitura da cidade de São Paulo, do evento “Ética e Cidadania”. O principal objetivo do texto é analisar os nexos entre Psicodrama e poder, em consonância com a proposta da Análise Institucional.
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No Brasil, a partir dos anos 70, percebemos uma crescente mobilização por parte dos trabalhadores em saúde mental e de familiares de usuários de serviços psiquiátricos em prol de modificações na assistência aos que passam pela experiência da loucura. O projeto de lei 3.647/89 do Deputado Paulo Delgado propunha a saída dos internados dos hospitais psiquiátricos, promovendo a extinção progressiva dos manicômios. Em 2001, foi aprovado um substitutivo a este projeto, a lei 10.216, dispondo sobre os direitos de portadores de transtornos mentais. Mesmo não contemplando integralmente o projeto inicial, esta lei e outras políticas públicas em saúde mental têm avançado na implementação de serviços substitutivos ao internamento asilar, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). As atividades, o convívio com os internos e demais serviços substitutivos levaram à implementação de residências para egressos de hospitais psiquiátricos antes mesmo da aprovação da lei em âmbito nacional e da Portaria Ministerial nº 106/00, que regulamenta os Serviços Residenciais Terapêuticos. Em Campinas/SP, por exemplo, a primeira residência para pacientes psiquiátricos foi inaugurada em 1991. O processo de Reforma Psiquiátrica brasileiro visa a desinstitucionalizar a loucura, ou seja, a extinguir a lógica manicomial vigente, mesmo fora dos muros asilares. Nesse sentido, não basta acabar com os manicômios; é importante trabalhar no sentido de permitir que os loucos transitem e utilizem espaços outrora a eles proibidos: parques, ruas, lojas, etc, ou seja, desmanchar todo e qualquer preconceito e isolamento em relação aos que passam pela experiência da loucura, desmontando também os “manicômios invisíveis”.
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O artigo apresenta uma entrevista realizada com uma paciente do Instituto Municipal Philippe Pinel a partir da experiência de desinstitucionalização de pacientes de longa permanência nesta instituição. Traz um pequeno histórico da História Oral, apresentando-a como uma metodologia de pesquisa primordial de resgate de narrativas esquecidas dos pacientes há muito institucionalizados. Neste âmbito, a História Oral promove a valorização dos relatos daqueles que vivenciam o processo de mortificação promovido pelo manicômio. Conclui utilizando noções trazidas por Bourdieu, Basaglia e Foucault, de modo a potencializar as narrativas fragmentadas, a encontrar na instituição o poder de mortificar e, sobretudo, a reconhecer a resistência que encontramos à cronificação, por parte do pacientes “institucionalizados”.
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O texto descreve a trajetória de Jean Piaget e sua contribuição em três importantes institutos de estudo da psicologia. São eles: o Instituto Jean-Jacques Rousseau (IJJR), Bureau Internacional de Educação (BIE), e o Centro Internacional de Epistemologia Genética (CIEG). No primeiro, as pesquisas de Piaget contribuíram para o conhecimento dos estágios do pensamento da criança, além de ter sido o responsável pela transformação de instituto em uma instituição puramente científica e, atuando como diretor, ter separado a psicologia da pedagogia. No segundo, Piaget mostra-se como um pesquisador engajado politicamente. O CIEG, por fim, foi uma criação do próprio Piaget, sendo um lugar de intercâmbio de informações de especialistas de diversas áreas visando o aprofundamento em pesquisas e estudos. É neste instituto que Piaget conclui, finalmente, sua teoria. O texto também aborda as mudanças ocorridas em cada um desses institutos, em relação tanto à estrutura quanto aos objetivos principais, ao longo dos anos.
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As pesquisas sobre a história das práticas psi no Brasil, quando fazem menção à Análise Institucional (AI), primam por incorporar a trajetória desse paradigma ao processo de difusão da psicanálise. O presente trabalho é parte de uma investigação dedicada a elaborar uma história diferente. Com tal intuito, privilegiamos o estudo de momentos e núcleos organizacionais em que hipotetizamos ter a AI produzido efeitos diferenciais na formação e modos de intervenção dos agentes. Dentre esses núcleos, destaca-se o Setor de Psicologia Social da UFMG, que, desde os anos 1960, incorporou a AI francesa como um de seus referenciais, e recebeu, em 1972, a visita de Georges Lapassade, um dos criadores do paradigma. Tomando a visita de Lapassade como analisador, buscamos uma apreensão analítico-crítica do funcionamento do Setor. Para tanto, além de apelar à tradicional documentação escrita, colhemos histórias orais de vida de seus antigos participantes.
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A análise do surgimento do Hospital Henrique Roxo, no interior do norte fluminense, em 1942, se constitui no objetivo fundamental deste estudo, que resulta de uma investigação de campo realizada em cumprimento às demandas de pesquisa em psicologia da Universidade Estácio de Sá, situada em Campos, justamente o local onde o referido sanatório se tornou uma referência no contexto da saúde mental.
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O artigo apresenta uma análise dos laudos psicológicos constantes de ações judiciais das Varas de Família da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, no intuito de identificar tendências do pensamento psicológico que contribuem para a constituição dos direitos da infância. São enfatizados temas relativos à participação dos psicólogos na definição dos direitos da infância no Judiciário.
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Este trabalho constitui um ensaio provisório e exploratório, e uma primeira tentativa de sistematização panorâmica de leituras e questões de um programa mais longo de estudo, acerca da formação histórica e cultural das teorias da subjetividade, e que inclui as formulações freudianas e junguianas do inconsciente, as tradições marxiana e marxista, e os movimentos teóricos posteriores de esquerda. O estudo se inicia pela caracterização histórica e cultural das principais vertentes do movimento romântico nos séculos XVIII e XIX, indicando os antecedentes das formulações de inconsciente que desaguariam mais tarde em Freud e Jung, bem como as vertentes formadoras do pensamento marxiano. Em seguida, descreve as contribuições marxianas à abordagem da subjetividade, bem como seus limites e dificuldades. Finalmente, aponta como estas questões se desdobraram nos debates posteriores, nos principais desenvolvimentos históricos e teóricos de esquerda que abordaram a subjetividades no século XX.
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Murilo Rubião é sem dúvida um dos nomes mais representativos do gênero fantástico da literatura brasileira. Talvez a pouca extensão de seu trabalho como contista tenha colaborado para torná-lo pouco conhecido do grande público, talvez a crítica severa que em muitas e nem sempre veladas ocasiões o acusou de plágio de Kafka o tenham assim tornado. Assim como Kafka, Rubião retratou a realidade do cotidiano de uma forma fantástica, quase-mágica, muito embora realista. Realidade e fantasia unem-se na obra de ambos os autores, fundem-se, ora por eles tornarem o impossível verossímil, ora por tornarem o hodierno inacreditável, inaceitável apesar de verdadeiro. Interessa-nos aqui realçar a abordagem fantástica que Murilo Rubião faz das cidades, de seu cotidiano e seu modo de funcionamento, e é aí que sua proximidade de Kafka se torna valiosa, pois se Rubião é pouco conhecido, Kafka não o é, o que torna mais fácil ao leitor compreender o universo de Rubião. A dinâmica das cidades e os absurdos com os quais se confrontam os protagonistas dos cinco contos aqui selecionados para proceder à análise − A Cidade, O Edifício, A Fila, Os Dragões e Botão-de-Rosa − são extremamente semelhantes àqueles encontrados por Josef K. em O Processo, ou ainda pelo agrimensor K. de O Castelo. O que procuraremos abordar é tanto a verossimilhança dos eventos fantásticos narrados por Rubião quanto o aspecto mágico de eventos absurdos, porém hodiernos. O objetivo deste trabalho é indicar onde o realismo mágico de Murilo Rubião desvela aquilo que muitas vezes se esconde ao estudioso das cidades, seja ele o urbanista, o psicólogo, o historiador, o arqueólogo: o cotidiano. O cotidiano e suas contradições, em especial a contradição inerente aos projetos ou ideias de cidades e as cidades enquanto tais, onde as pessoas não só habitam, transitam, ou visitam, mas, antes de tudo, vivem.
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O corpo, na tradição metafísica ocidental, foi considerado um objeto. Platão é um autor relevante, nessa tradição, que sustenta a dicotomia corpo-alma, como duas naturezas totalmente heterogêneas. A alma é o propriamente humano, já o corpo é um vasilhame descartável, uma prisão que limita a essência do homem: um objeto que nos encadeia e nos cerceia. Partindo desta tradição, o corpo foi enunciado, codificado, interpretado e dominado nas relações sociais que tentaram regimentar e controlar essa corporalidade. Inúmeras conceituações objetivantes e dicotômicas sobre o corpo construíram uma memória e uma identidade corporais que o reduziram a uma coisa ou a uma mercadoria apropriável. Contudo, há outras formas de ver o corpo. Na leitura nietzschiana, por exemplo, o corpo é celebrado como uma multidão de impulsos criativos em jogo, como a dinâmica do devir que exprime as potências instintivas do homem; na linguagem mítica arcaica, através do corpo falam Dioniso e todas as forças salutares da terra, da vida.
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A partir de breve exposição sobre três concepções de corpo que se constituíram ao longo do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, discutem-se algumas idéias propostas por Bruno Latour, para quem o corpo não é definido como substância − o que o coloca no território da natureza − nem, tampouco, como uma construção discursiva − o que o desloca para o campo da cultura. O corpo é tomado em suas relações com outros elementos do mundo, como algo, simultaneamente, real, fabricado e fabricante do mundo. Assumir essa perspectiva requer a instauração de uma nova dimensão normativa para a ciência cujas implicações podem contribuir para pensarmos a história da Psicologia que estamos inventando.
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Muito se questiona o papel do psicólogo, seus discursos e práticas enquanto agenciamento de controle e/ou assujeitamento. Pretendemos fazer uma cartografia do(a) processo/construção deste agente do poder-saber, o psicólogo, e – na medida/apesar das limitações/possibilidades dos autores – do psicólogo formado pela UERJ. O modelo disciplinar, homogêneo-hegemônico nas faculdades, as relações professor-aluno-universidade, o currículo, a pesquisa e extensão inscrevem-se como produtores de um certo psicólogo, formado para atender a um certo mercado. Será possível formar sem formatar? As linhas-de-fuga não estão fadadas a serem capturadas e submetidas à lógica consumista-tarefeira? Será possível formar um profissional catalisador/produtor de diferenças através da lógica e da temporalidade capitalistas? A formação psi (qualquer formação), os saberes precisam obedecer à lógica cartesiano-mercantilista – que se apresenta como natural e necessária – e aceitar relações mercantis de aula, pesquisa, pós-graduação? O que estamos fazendo de nós? “Como se chega a ser o que se é?”: queremos pensar o estudante, o curso, o profissional que (se) forma (n)esta máquina psico-lógica. Quais as implicações éticas-estéticas-políticas da formação em psicologia na sociedade que a cerca/atravessa/constitui? Não pretendemos responder; mas provocar questões mais potencializadoras, que possibilitem pensar-sentir-agir para aquém/além da lógica vigente. Talvez as questões não sejam “o que estudar?”, “como atuar?”; mas “que relações de poder e regimes de verdade tomam corpo na formação/produção do psicólogo?”. Não queremos soluções globalizantes/revolucionárias. Queremos sair do nosso lugar seguro e arriscar desterritorializações/experimentações. Relações de poder, produção de subjetividades não são conceitos/processos que existem/ocorrem (somente) fora da universidade. A academia possui um cotidiano, onde os saberes se constituem, onde pensamos-sentimos-agimos, emergimos e submergimos, inserimo-nos, construímos a história – constituímo-nos enquanto sujeitos da/à história. Nossa análise focaliza as potencialidades/limitações da produção de psicólogos. Cartografar a produção/construção do psicólogo enquanto agente do poder-saber é cartografar o cotidiano acadêmico.
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Este trabalho pretende, sob a forma de experimentação ou ensaio, estabelecer analogias entre possíveis caminhos da psicologia e descrições de anjos. Dessa forma, partindo das imagens do anjo católico, modelo de perfeição que tem como função iluminar o caminho dos mortais, e dos anjos do filme “Asas do Desejo”, do cineasta alemão Win Wenders, que, longe da perfeição, podem ser atingidos por sentimentos como tédio e inveja, vivem sobre o céu cinzento de Berlim e não possuem o poder de intervir na vida de nenhum mortal, busca-se discutir os possíveis enrijecimentos e potencialidades das teorias e práticas da psicologia. Toma-se como intercessor conceitual o anjo de Paul Klee, que Walter Benjamim chamou de “anjo da História”. Este, ao reger as narrativas humanas, não é doce nem roliço como o anjo católico, nem pretende iluminar o “melhor caminho”; pelo contrário, é anguloso e deformado, devastado por todas as paixões e acontecimentos. Tampouco pode, como o anjo de Wenders, ser compassivo, ou mesmo entediado; ele se reveste de horror pelas ruínas que se amontoam à sua volta, e somente isso tem a oferecer. Qual desses anjos permeará nossas práticas? No que tange aos dados referentes aos católicos, utilizamos aqueles coletados através do projeto de pesquisa “A Constituição da Psicologia no Brasil: Católicos e Médicos”, cujo objetivo é apreender as inter-relações do catolicismo e do pensamento médico na formação e autonomização da Psicologia no Brasil.
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Nossa pesquisa procura descrever como surgiu o domínio da subjetividade, crucial para o surgimento da Psicologia. Recorremos ao trabalho de Michel Foucault, em sua História da Sexualidade, no que diz respeito ao surgimento do domínio da subjetividade, e ao de Fernando Vidal para entender o surgimento da Psicologia no século XVIII. Uma forma de compreender o que estamos definindo por subjetividade pode ser tomada a partir de uma das variantes do que Foucault chamou de cuidado de si em seus trabalhos dos anos 80. O cuidado de si diz respeito aos atos do indivíduo que o constituem como sujeito ético perante os códigos morais. Buscamos alguns indícios que poderiam nos levar ao cuidado de si próprio da Modernidade. O surgimento do domínio da subjetividade está vinculado à proliferação do discurso sobre a sexualidade a partir do século XVI, concomitante à intensificação da prática da confissão. As práticas de poder/saber originadas na confissão se transmutam numa scientia sexualis, difundindo seus efeitos na Medicina, na Pedagogia, na Demografia, nas práticas jurídicas, na polícia administrativa. Os rituais de confissão passam a funcionar nos esquemas da regularidade científica A sexualidade passa a ser um domínio penetrável por processos patológicos, solicitando intervenções terapêuticas e de normalização. Concomitantemente ao aparecimento da sexualidade como verdade do sujeito, no século XVIII também surge uma Psicologia que vincula outras formas de saberes de si com a noção de verdade no indivíduo, conforme nos mostra Fernando Vidal. No século XVIII, ocorre uma profusão de discursos sobre o sujeito, a Psicologia, a alma e outros aspectos filosóficos, teológicos e científicos não necessariamente vinculados à sexualidade. Todos esses discursos têm a proposta de examinar o sujeito, produzindo um novo campo discursivo a ser explorado. A verdade, então, passa pela Psicologia e por um conhecimento dos pormenores da alma humana. Aproxima-se, dessa forma, da idéia defendida por Foucault sobre a existência de uma verdade interiorizada no indivíduo. O que nos interessa, de fato, é mostrar como já no século XVIII havia a produção de saberes que buscavam examinar, desvendar e dissecar a interioridade do sujeito, a partir da noção de verdade, além de fomentar o campo da subjetividade, do qual surgiu a Psicologia.
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As reflexões desenvolvidas neste trabalho fazem parte de uma pesquisa intitulada “Menopausa: as (ident)idades e os corpos femininos” (PUCRS/2002), voltada para as mulheres menopáusicas. O tema foi abordado a partir dos Estudos Culturais e dos Estudos Feministas. A pesquisa analisa documentos sobre a menopausa produzidos pela OMS, artigos em revistas de circulação nacional – Veja e Isto é -, o tratamento de reposição hormonal, bem como entrevistas com mulheres intituladas ‘na menopausa’. Esses materiais servem de ferramentas para a problematização da produção de marcadores identitários que envolvem relações de poder/saber que os criam e os sustêm: descrever, classificar, identificar e estabelecer jeitos de ser mulher – definindo corpos, comportamentos, modos de viver. O objetivo deste texto é salientar a menopausa enquanto marca no corpo feminino, porque ela se constrói a partir de um determinado tempo histórico, datado, no qual esse conjunto de “características” referidas ao corpo de mulher passam a ser nomeadas como tal, produzindo determinados modos de relação com o corpo e de investimentos neste corpo. A menopausa torna-se um marcador cultural e social que edifica classificações, normatizações, codificações que, por conta disso, produzem marcas identitárias pelas quais as mulheres passam a se reconhecer e ser reconhecidas. O enfoque de Psicologia Social trabalhado neste texto partilha da posição de Spink (1999), a qual reconhece a centralidade da linguagem nos processos de objetivação que constituem a base da sociedade de humanos, ou seja, o modo como acessamos a realidade institui os objetos que a constituem. Desta forma, a realidade não existe independentemente do nosso modo de acessá-la, o que implica entender o conhecimento não como algo que se possui, mas como algo construído, ou seja,tanto o sujeito quanto o objeto são construções sócio-históricas que precisam ser problematizadas e desfamiliarizadas.
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Uma introdução à história da obesidade – A transformação do gordo – Ao longo de diferentes épocas, o diálogo entre beleza e gordura – Na Contemporaneidade – as transformações tecnológicas a serviço da magreza – a mulher e o exercício físico: o abandono das curvas e a adoção do tipo longilíneo – refinamento da culinária (da banha aos lights) danos trazidos a partir do fast food – obesidade torna-se uma questão de saúde pública – a tecnologia a serviço da obesidade. Obesidade e as fases do desenvolvimento humano: O processo de “engordamento” – a obesidade é uma questão cultural? Causas da obesidade – Dinâmica presente na obesidade – divulgação da cirurgia de redução do estômago: Grupos Operativos e Sessões Individuais Opção cirúrgica para controle da obesidade – pré-operatório e pós-operatório – Reflexão acerca do acompanhamento terapêutico: Criação de um novo espaço de debate sobre os transtornos alimentares tendo a Psicanálise como referencial teórico – as contribuições da Psicossomática para compreensão dos transtornos alimentares – Reeducação Alimentar e não Dieta – a interface com a orientação nutricionista – O emagrecimento e o resgate do prazer de comer.
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O texto trata do cotidiano escolar de adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos de idade, pertencentes a diferentes classes sociais. A pesquisa, ainda em andamento, já entrevistou 120 jovens usando a linha de história de vida e, através da categorização de várias temáticas recorrentes nos relatos dos jovens, pode estabelecer desde já os significados emprestados às práticas e ao cotidiano escolar pelos adolescentes. As narrativas nos mostram, ainda, como as relações passado/presente, que inspiraram e deram nome à revista britânica de história “Past and Present”, modelam as expectativas de futuro e dão corpo e sangue aos sonhos desses jovens. A escolarização é penosa para muitos, mas mesmo sendo uma travessia sofrida, um mal necessário, não conseguem vislumbrar uma vida futura sem ter vivido a experiência escolar. Enfim, em nenhum tempo de verbo - passado, presente, futuro - a escola está ausente. O referencial teórico está assentado na combinação de várias abordagens teóricas - psicanálise, sociologia, antropologia, história e educação -, porque entendemos que seria impossível interpretar a realidade vivida por esses jovens com um único olhar teórico. Os jovens apontam para novas dinâmicas sociais e culturais, lutando para serem respeitados pelo mundo adulto que ainda os vê como crianças, subestimando suas competências e, de forma sistemática, são excluídos de diversas práticas e movimentos sociais. A escola, significante do mundo adulto, não foge à regra da exclusão, tratando-os como rebeldes e transgressores de um modelo de vida considerado o único possível.
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O artigo celebra o encontro da autora, durante uma investigação destinada a construir uma história da Análise Institucional no Brasil, com os trabalhos de Alessandro Portelli, ressaltando a singularidade da produção do oralista italiano no âmbito do movimento moderno da História Oral. Explora as cinco peculiaridades das fontes orais destacadas por Portelli - oralidade, forma narrativa, subjetividade, credibilidade diferente da memória e relação entre entrevistador e entrevistado -, pondo particular ênfase em seus efeitos, simultaneamente metodológicos e políticos. As considerações finais sugerem a existência de estreitas relações entre o tipo de narrativa histórica proposto por Portelli e a escritura implicada, associada ao paradigma da Análise Institucional.
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- Artigo de periódico (1.715)
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Entre 2000 e 2025
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