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É expressiva a literatura sobre a história da psicologia, em geral, circunscrita ao seu caráter técnico e científico. Neste ensaio, temos como objetivo sair dos limites da história da psicologia para situar o lugar da psicologia na história. Ao sair destes limites, constatamos que, há séculos, conteúdos psicológicos foram objeto de reflexões que marcaram época, sem o caráter de profissionalismo. Isto quer dizer que a psicologia não é uma profissão por natureza, mas se fez profissão e ciência na sociabilidade burguesa. Como profissão, a psicologia busca a certeza, a precisão orientada pelos padrões da sociedade que a constituiu. Assim, o profissional psicólogo insiste no tecnicismo, no corretivo, orientado por sua concepção de homem e de sociedade que não leva em conta a complexidade da trama de relações sociais que envolvem o indivíduo e marca indelevelmente sua singularidade. Enquanto profissão, a psicologia é apenas uma parte do lugar que ocupa no transcorrer da história. Lembramos que “os segredos da alma” nem sempre se revelam pela precisão do saber científico, pelo profissionalismo, como atesta o saber psicológico de filósofos, escritores, poetas de distantes ou mesmo de épocas próximas.
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Este artigo tem como objetivo trabalhar com a concepção de “conhecimento encarnado” defendida por Ignácio Martín-Baró, estabelecendo relações entre este conceito e o campo da Psicologia Social. Num primeiro momento, fazemos uma pequena contextualização dos efeitos de uma greve universitária que durou quatro meses, considerando que os principais efeitos que devemos debater são aqueles que estão relacionados às experimentações do espaço educacional, assim como às ressonâncias das narrativas externas ao mundo universitário. Em seguida, mesclamos experiências do cotidiano da universidade com narrativas de diferentes atores sociais sobre a greve e a própria formação, a fim de desenvolver uma teoria analítica das práticas educacionais em Psicologia Social a partir de um diálogo com Ignácio Martín-Baró. Destacamos as três perguntas apresentadas pelo autor para problematizar a história da Psicologia Social: o que nos mantém unidos numa ordem social? O que nos integra à ordem estabelecida? O que nos libera da desordem estabelecida? Entre os diferentes conceitos criados pelo autor, privilegiamos a ideia de conhecimento encarnado, realidade vivida, realidade estudada e ação ideológica.
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Num marco de 60 anos da regulamentação da psicologia, em momento de aguçamento da crise estrutural do capital, analisamos em que sentido a crítica na/da/à psicologia se desenvolve, como ela influi no recente desenvolvimento da profissão e suas implicações. Trata-se de um trabalho teórico em que dialogamos com exercícios analíticos críticos na psicologia brasileira desde o marxismo. Por um lado, verificamos a crítica na/da/à psicologia não apenas se desenvolvendo, como influindo no desenvolvimento dessa área no Brasil em direção a análises e explicações mais condizentes com a realidade, bem como a práticas mais comprometidas ética e politicamente, superando lacunas históricas. Por outro, constatamos inflexões e abrandamentos na crítica atrelados à conjuntura, sua institucionalização na academia (em termos da produção de conhecimento) e políticas sociais (referente ao trabalho profissional), formando uma crise na práxis da psicologia crítica: o aguçamento da crise estrutural do capital se expressando nas propostas críticas à/da/na psicologia. Como caminhos para a continuidade da crítica como motor do desenvolvimento da psicologia, sinalizamos: a) explicitação da dimensão ontológica na/da crítica e seus projetos ético-políticos de psicologia e sociedade; b) análises totalizantes, em vez de fragmentações da realidade; c) práxis como critério de verdade, superando a noção da crítica como algo em si ou mero exercício teórico descolado da realidade; d) emancipação humana como horizonte; e) resgate da radicalidade; e f) ir além das fronteiras da psicologia, em direção às lutas e movimentos sociais.
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O presente trabalho explora diferentes retratos de Febrônio Índio do Brasil, primeiro réu no Brasil a ser avaliado como inimputável judicialmente, visto ser considerado portador de uma psychopatia constitucional. Para tal, serão discutidas as diferentes historiografias dos dispositivos psiquiátricos, assim como a possibilidade de uma história-construção, na reunião de elementos heterogêneos na composição de um personagem. Desta forma, o artigo explora diferentes documentos redigidos a respeito de Febrônio; tais como seu laudo psiquiátrico, seu processo criminal, seu evangelho As Revelações do Príncipe de Fogo e o escrito do poeta suíço Blaise Cendrars sobre Febrônio. O intuito dessa análise documental é compreender como crime, loucura, raça e sexualidade são articulados na construção de versões sobre o personagem, que variam do louco monstruoso ao profeta. Ao final do texto, esboçamos a noção de dramaturgia criminal enquanto um constructo teórico que aproxima essas narrativas sobre Febrônio do desenvolvimento de personagens no drama.
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Este artigo alinha-se com estudos anteriores que avaliam o impacto da obra de J. B. Watson no início do século XX, mas busca superar certos impasses metodológicos que poderiam limitar a interpretação de seus dados, como a ausência de parâmetros comparativos. Com este objetivo, citações de Watson foram comparadas com citações de outros oito relevantes psicólogos, em oito periódicos, na década entre 1924 e 1933. Os resultados desta análise bibliométrica são comparados com dados de estudos pregressos, de modo a complementar, corroborar ou contestar suas conclusões. No período examinado, ainda se observa uma tendência de ampliação do impacto da obra de Watson já verificada ao longo da década imediatamente posterior à publicação do Manifesto Behaviorista (1913). O impacto de Watson continua próximo ao de Dewey e de Titchener, já supera o de Thorndike, segue maior em comparação com Angell, Carr, Cattell e Hall, mas ainda distante em relação a James.
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According to many authors, we live in a post-truth era, to the extent that truth has become subordinated to politics. This has implications not only to political debates, but also to science, technology, and common sense thinking. In this paper, I claim that William James’s conception of truth may shed new light on the contemporary post-truth debate. First, I will present the essential elements of James’s initial position. Then, I will discuss some of his amendments to clarify and improve his theory to avoid misunderstandings. Finally, I will address his potential contributions to the contemporary post-truth debate, and consider whether there are special implications for psychology.
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A proposta inovadora de uma nova área de pesquisa denominada Escolologia – a ciência da escola - iniciada pela psicóloga e educadora Helena Antipoff na Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Belo Horizonte, nos anos de 1930, é examinada através de investigação documental. A Escolologia apoiava-se em conceitos da Psicologia da Criança e da Pedagogia Experimental, de Édouard Claparède, e no método de Experimentação Natural, de Alexander Lazursky, visando obter uma síntese objetiva das relações entre o desenvolvimento físico, mental e social dos escolares, suas origens sociais e as práticas culturais de suas famílias, os procedimentos pedagógicos adotados e o funcionamento institucional das escolas. Os estudos escolológicos permitiram identificar os fatores que influenciavam no aproveitamento escolar dos alunos, tais como: o alto índice de retenção no primeiro ano de escolarização, as condições de higiene e nutrição das crianças, o método pedagógico, a organização escolar e as condições socioeconômicas e culturais das famílias.
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O Boletim do Portal História da Psicologia, ou apenas Boletim do Portal, é um novo tipo de publicação que nasce em um novo ambiente de difusão do conhecimento, notabilizado pelo advento e popularização da internet. Reúne textos diversos, com formatos variados que, embora não sejam propriamente artigos acadêmicos. possuem relevância científica e são fruto de pesquisas e trabalhos de qualidade, constituindo rico material para subsidiar outros trabalhos acadêmicos, aprofundando ou ampliando a visão sobre aspectos importantes para a produção do conhecimento nas mais diversas áreas ligadas à psicologiaa e sua história. <br> Consiste na publicação dos melhores verbetes na WikiHP - além de entrevistas, relatos de pesquisa, eventos e viagens, traduções de textos publicados em revistas de ampla circulação estrangeiros, textos de blogs de interesse geral e acadêmico, entre outros.
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O Boletim do Portal História da Psicologia, ou apenas Boletim do Portal, é um novo tipo de publicação que nasce em um novo ambiente de difusão do conhecimento, notabilizado pelo advento e popularização da internet. Reúne textos diversos, com formatos variados que, embora não sejam propriamente artigos acadêmicos. possuem relevância científica e são fruto de pesquisas e trabalhos de qualidade, constituindo rico material para subsidiar outros trabalhos acadêmicos, aprofundando ou ampliando a visão sobre aspectos importantes para a produção do conhecimento nas mais diversas áreas ligadas à psicologiaa e sua história. <br> Consiste na publicação dos melhores verbetes na WikiHP - além de entrevistas, relatos de pesquisa, eventos e viagens, traduções de textos publicados em revistas de ampla circulação estrangeiros, textos de blogs de interesse geral e acadêmico, entre outros.
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