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O estudo da oratória sagrada no Brasil colonial é um campo heurístico de grande interesse para a história cultural, sendo os sermões uma importante fonte de transmissão doutrinária e de modelos de comportamento numa sociedade na qual a palavra era a modalidade comum de transmissão do conhecimento. Este artigo aponta para a importância e a finalidade da pregação quaresmal no contexto do Brasil colonial dos séculos XVII à XVIII. O artigo mostra entre as funções assumidas por esta prática, a de contribuir ao auto –conhecimento e à reforma dos costumes dos ouvintes e dos pregadores.
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O karate-do é uma arte marcial de origem japonesa que tem como objetivo principal formar o caráter do praticante. A presente investigação explora percursos históricos, técnicos, conceituais e vivenciais das idéias psicológicas identificadas como inerentes ao karate, visando conhecer seus estratos de base. Para tanto, o estilo shotokan do karate, fundado por Gichin Funakoshi, é analisado pelo prisma de pensamento de seu discípulo Masatoshi Nakayama, um dos responsáveis pela diáspora mundial da arte. A essência do karate é expressa pelo conceito de kime que define formas determinadas de ação em função de exigências materiais e intencionais. O conceito de sun-dome contrapõe-se ao kime, correspondendo a uma necessária contenção da intenção inicial. O equilíbrio de kime e sun-dome resulta no controle de si. Sob tais conceitos emerge zanshin, o espírito de luta, que possibilita o acesso à essência do karate-do.
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O artigo constitui-se num relato da experiência de pesquisa conduzida nos acervos de cidades históricas do Brasil, visando levantar e reproduzir documentos de oratória sagrada, especificamente sermões pregados no Brasil do século XVI ao fim do XVIII e posteriormente transcritos e impressos. Tais documentos são fontes preciosas para a reconstrução da história da cultura da época, ainda mais importantes pelo seu teor de recursos elaborados visando a transmissão oral dos conhecimentos e a persuasão dos ouvintes. A pesquisa documental nesta área aponta para uma situação muito grave no que diz respeito ao estado de conservação de grande parte destas fontes, bem como evidencia uma freqüente dispersão quanto às condições de preservação e de disponibilização das mesmas. Será proposta uma descrição destes documentos e do estado dos acervos.
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Este artigo analisa alguns sermões pregados entre os séculos XVII e XVIII no Brasil, baseados em metáforas alimentares. O uso das metáforas, recorrente nos sermões do período colonial, fundamenta-se em dois alicerces: 1) na teoria aristotélica do conhecimento, em que o sensorial ocupa um papel prioritário, como porta de acesso para a compreensão das idéias mais abstratas e para a mobilização dos afetos e da vontade visando à modificação do comportamento dos ouvintes; 2) na doutrina platônica sobre a importância das imagens para conservar a memória das idéias. A oratória sagrada do período desperta interesse para a história cultural, uma vez que os sermões constituíram-se numa importantíssima fonte de transmissão de doutrinas e de modelagem dos comportamentos numa sociedade em que a oralidade era a principal forma de difusão dos conhecimentos.
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O artigo aborda a relação entre psicologia e cultura na perspectiva dos estudos históricos, a partir do pressuposto de que a história dos saberes psicológicos na cultura brasileira pode contribuir na compreensão desta relação, uma vez que, proporciona uma melhor fundamentação cultural e social da psicologia. Pretende-se aprofundar a compreensão das relações entre Processos Psicológicos e Fenômenos Culturais. Para realizar este percurso, será necessário esclarecer o que entendemos por psicologia e por cultura. Para refletir sobre essa relação, analisaremos as posições formuladas por autores da filosofia moderna e contemporânea, as posições de autores da história da psicologia moderna e a de outros que marcam atualmente a formação dos psicólogos no Brasil e no mundo. Se toda cultura é o âmbito dos significados que os homens atribuem à existência e à realidade, então ela contém também os significados da própria vida psíquica: há maneiras de significar os fenômenos psíquicos específicos de uma determinada cultura e que podem ser iguais ou diferentes em outras culturas. Conclui-se afirmando a exigência de uma ampliação do que se entende por conhecimento psicológico, não apenas se incluindo neste domínio o saber psicológico de natureza científica, mas também o saber psicológico inerente à cultura.