A sua pesquisa
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O presente artigo pretende apresentar os percursos metodológicos de uma pesquisa que se interessa pelo carnaval, pela cidade e pelos modos de subjetivação contemporâneos. Com a aproximação de autores como Michel Foucault e Jorge Larrosa, afirma-se o primado da experiência e o caráter singular do método, distante de uma via única, verdadeira e replicável que enfraqueceria a potência micropolítica dos problemas e a força irreverente, imprevisível e efêmera do carnaval. Tomando como direção não-prescritiva o gesto inventivo e alegre de experimentação, a aposta é viver o campo do mesmo modo e ao mesmo tempo em que se vive a festa, na composição de uma metodologia ébria e de um ethos pesquisador-folião.
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O presente artigo enfatiza as ligações entre campos aqui considerados distintos e inseparáveis: a estética e a política. Interessa-nos problematizar os múltiplos jogos entre a governamentalidade e alguns modos pictóricos que aparecem entre os séculos XVI e XX. Sabe-se que o regime de poder moderno se faz sob jogos de visibilidade que observam a vida em toda sua minúcia vã. Este gesto político terá como correlato estético a natureza-morta barroca. Mas os encontros entre a política e a arte se dão sob variadas modulações, as quais se fazem também como resistência ao poder na experiência da pintura moderna nos séculos XIX e XX. Parece-nos ser justamente nesta interface estético-política – notadamente quando ela se faz força de criação artística e subjetiva – que é preciso pensar para que não caiamos na imobilidade ética a que o regime de condução das existências no presente pode nos levar.
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Tradução de DELEUZE, G. Recapitulación del curso. 3 de junio de 1986. Em: La subjetivación. Curso sobre Foucault, tomo III, 2ª edición. Buenos Aires: Cactus, 2020. Tradutores: Gabriel Lacerda de Resende e Danichi Hausen Mizoguchi.
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O presente artigo trata de apostar no carnaval como força afirmativa de subjetivação brasileira. Cartografando nossas mazelas históricas e presentes, mas, também e principalmente, nossas experiências estéticas modernas, trata-se, enfim, de localizar essa festa popular como um acontecimento que confronta a diretriz colonial de entristecimento dos trópicos. Para tanto, intercessores como Oswald de Andrade e Caetano Veloso surgem para ajudar a abrir veredas delicadas, inusitadas e singulares diante do grotesco que, de tempos em tempos, grita em nosso país. Sob a ativação dessas experiências estéticas, portanto, ao fim e ao cabo, a intenção maior é de forjar um equipamento ético de desvio da miséria radical em que mais recentemente nos colocamos.
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O artigo se propõe a cartografar as linhas de força que compõem a atualidade de nosso fascismo tropical. Assombrados pela dimensão extrema e radical de violência desejante que se apossou da macro e da micropolítica em nosso país em anos recentes, nos interessa atravessar e compreender essa experiência de passagem – suas condições de possibilidade, suas modulações, suas lógicas. Todavia, eticamente, acreditamos que não é possível estancar nessas detecções: é preciso também mapear e criar brechas de resistência subjetivante que ainda e sempre habita nosso campo de possíveis e nosso plano de impossíveis para que, com elas, possamos paradoxalmente reinventar um país que nunca existiu.
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(Tradução do segundo capítulo (L’accumulation primitive continuée) de Guerres et Capital. Paris: Éditions Amsterdam, 2016. Traduzido por Carolina Sarzeda e Danichi Hausen Mizoguchi.)