A sua pesquisa
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O karate-do é uma arte marcial de origem japonesa que tem como objetivo principal formar o caráter do praticante. A presente investigação explora percursos históricos, técnicos, conceituais e vivenciais das idéias psicológicas identificadas como inerentes ao karate, visando conhecer seus estratos de base. Para tanto, o estilo shotokan do karate, fundado por Gichin Funakoshi, é analisado pelo prisma de pensamento de seu discípulo Masatoshi Nakayama, um dos responsáveis pela diáspora mundial da arte. A essência do karate é expressa pelo conceito de kime que define formas determinadas de ação em função de exigências materiais e intencionais. O conceito de sun-dome contrapõe-se ao kime, correspondendo a uma necessária contenção da intenção inicial. O equilíbrio de kime e sun-dome resulta no controle de si. Sob tais conceitos emerge zanshin, o espírito de luta, que possibilita o acesso à essência do karate-do.
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A aplicação da fenomenologia como método de análise e estudo das culturas força à via regressiva que conforma uma arqueologia. A proposição de realizar uma busca das origens (arche) das manifestações culturais emprega os fundamentos fenomenológicos primeiramente elaborados por Edmund Husserl e posteriormente revisitados por Angela Ales Bello. A exemplo do método regressivoe subtrativo da descrição das essências, o artigo contextualiza a proposta da arqueologia fenomenológica das culturas, aponta as principais tendências que influenciaram as definições da fenomenologia, a concepção de consciência em sua dimensão noética e a importância do retorno à materialidade na análise da constituição do mundo da vida, ou seja, sua dimensão hilética. Para compreensão das culturas outras é preciso, como constata Ales Bello, haver subtração da concepção egocentrada de consciência que tende a visualizá-la sempre por uma perspectiva intelectual. Chega-se, então, ao primado da corporeidade para a realização de uma subjetividade que só a partir deste estrato sensório-perceptivo inicial pode se formar e se exercer.
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Este estudo compreende o conceito de indiferença, questão analisada a partir das Litterae Indipetae, cartas em que jesuítas dos séculos XVI e XVII pediam à Companhia de Jesus para servirem nas Missões. O documento revela a particularidade de cada relato, principalmente devido às justificativas do desejo de servir no além-mar, configurando sua riqueza do ponto de vista psicológico, religioso e social. A análise do conteúdo foi baseada na contextualização dos documentos, destacando a compreensão da estrutura formal das cartas, da retórica da época, assim como da base filosófica da Ordem e das regras que a caracterizam. O objetivo funda-se no estudo de cartas em que jesuítas declaram-se indiferentes frente à escolha do lugar a servir. Verifica-se então, que a indiferença é um conceito próprio da espiritualidade jesuítica sendo importante para a compreensão da psicologia da época, pois se associa ainda às idéias de coragem, deliberação do desejo e meio-termo.
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O trabalho estuda a utilização da “acomodação” - recurso retórico que implica o conhecimento psicológico do outro como base para o estabelecimento de novas relações sociais – como descrita nos relatos acerca das pregações jesuíticas destinadas à população indígena no Brasil do século XVI. Os relatos - cartas e documentos informativos contendo narrativas de pregadores e visitadores - mostram a função e o uso desse recurso para uma comunicação eficaz diante de uma população culturalmente diferente. Mostra-se que a partir da concepção de uso da palavra com função doutrinária e persuasiva ensinada e praticada pelos jesuítas, a pregação era considerada como meio de transmissão de doutrinas, valores e práticas, mediada pela diversidade cultural dos destinatários. Tal mediação permitiria estabelecer uma comunicação persuasiva e o menos coercitiva possível, a coerção não condizendo com a afirmação da liberdade pessoal, doutrina básica da teologia católica reafirmada na Modernidade diante dos abusos em nome de ideologias religiosas praticados pelas políticas coloniais. Nessa perspectiva, a norma retórica da acomodação proposta por Cícero no De Oratore foi utilizada pelos jesuítas como propiciadora da mediação: exemplo histórico da busca de métodos mais humanos de interação em contextos conflituais, baseados na adaptação e atenção à psicologia do outro.
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O objetivo do trabalho é a análise de um sermão pregado pelo jesuíta Antônio de Sá em Salvador no ano de 1660, na Catedral da Sé, na ocasião da celebração do desagravo pelo ato sacrílego ocorrido naquele local, que destruiu parcialmente a estátua de Nossa Senhora das Maravilhas. O sermão introduz ao significado complexo da imagem sagrada na cultura católica da Idade Moderna, assim como foi sendo elaborado ao longo da tradição atualizada pelas normas do Concílio de Trento. Destacam-se três dimensões fundamentais: os efeitos da imagem no dinamismo anímico; o valor místico da imagem; o valor sacramental da mesma, pelo qual esta torna-se sinal do corpo da comunidade cristã na Bahia.
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Da análise de algumas cartas Indipetae, chegamos a descrever um dinamismo de elaboração da experiência revelador de um modus vivendi construído sobre as bases da chamada psicologia filosófica aristotélicotomista. Com o presente artigo pretendemos apresentar um aspecto desse vivido e suas influências e implicações, tomando como referência os contextos histórico e institucional de produção do gênero de documentos com o qual trabalhamos – correspondência epistolar jesuítica –, bem como o horizonte retórico dessa produção. O aspecto a que nos dedicamos, presentemente, é à “obediência”: segundo passo de um dinâmica – a que demos o nome de “experiência de liberdade” – composta de três momentos: “conhecimento de si”, “obediência” e “consolação”. Como resultado da investigação, identificamos uma forma de compreensão da obediência somente possível na medida da consideração do Homem Total, na sua unidade biopsíquicosócioespiritual, típica da mentalidade da Antiga Companhia de Jesus.
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A renovação da historiografia intelectual sobre a antiga Companhia de Jesus (1540-1773) tem enfocado suas subestimadas, porém complexas, relações com os saberes renascentistas. Objetiva-se, com este estudo, analisar o uso da analogia da medicina da alma em algumas obras de influentes jesuítas dos séculos XVI e XVII, atuantes no contexto europeu e nas missões portuguesas. O exame do uso desta antiga analogia permite repensar os fundamentos, as relações com outros saberes do período e a operacionalidade de um sistema de convenções que nomeava atividades em concordância com a longa tradição médica do humoralismo e com a concepção de alma aristotélico-tomista. Foi realizado um levantamento de obras em que ocorre a analogia da medicina da alma em acervos brasileiros, franceses, italianos e portugueses que incluem fontes de medicina, teologia, pedagogia e manuais de retórica dos séculos XVI e XVII. Esta pesquisa resultou na localização de regras, diretórios, manuais e tratados práticos, além de cartas e sermões de jesuítas que se utilizam do termo medicina da alma. São textos fundamentais como os do fundador da Companhia, Inácio de Loyola; de seu grande colaborador, Juan Polanco; do cardeal Roberto Bellarmino; do retórico francês, Louis Richeome; do teólogo de Louvain, Léonard Lessius; do superior da ordem, Claudio Acquaviva; do procurador geral das Índias, Estevão Castro, e de missionários no Brasil, como José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e o célebre sermonistaAntônio Vieira. Em síntese, os diferentes empregos que estes autores fizeram da analogia da medicina da alma apresentam significações distintas que se superpõem e se complementam. O uso desta analogia evidencia, por um lado, a posição jesuítica nos debates do período acerca da natureza da alma que, sem contradizer a premissa de imaterialidade e de imortalidade de sua substância, fundamenta uma explicação coerente dos complexos processos da .. vida humana. Por outro lado, o múltiplo e complementar uso da analogia produz significações que permitem defender e legitimar práticas modificadoras de funções e movimentos atribuídos à alma. A analogia da medicina da alma confere a autoridade e a atualidade convenientes às diversificadas ações jesuíticas do período, que incluíam uma incipiente atenção à natureza e ao desejo individuais, cuidados com a alimentação, a observância da ordem nos corpos ou o eventual tratamento de enfermidades, indisposições e atribulações; abrangiam a administração de imagens persuasivas, consolatórias, pedagógicas, e, sobretudo, asseveravam o uso da palavra e de seus efeitos transformadores.
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L’Accademia di san Carlo, ideata da papa Giovanni XXIII e fondata dal cardinale Giovanni Battista Montini nel 1963, ottenne il suo primo statuto nel 1976 dal cardinale Giovanni Colombo e un nuovo statuto dal cardinale Carlo Maria Martini il 26 settembre 1994. Dopo una lunga progettazione il 20 marzo 2008, il cardinale Dionigi Tettamanzi ha fondato la nuova Accademia Ambrosiana, destinata a raccogliere l’eredità scientifica delle sue preesistenti Accademie attive presso l’Ambrosiana (l’Accademia di san Carlo e quella di sant’Ambrogio), ma destinata altresì ad allargarsi ad altri ambiti della cultura, come l’orientalistica, la slavistica, l’italianistica, gli studi greci e latini e l’africanistica. La collana, che mantiene inalterato il suo titolo latino, si trasforma nella tribuna ufficiale della Classe di Studi Borromaici dell’Accademia Ambrosiana: resta immutata la vocazione della testata a raccogliere – come dice il sottotitolo – saggi e documenti di storia religiosa e civile della prima età moderna, ma tutto ciò si proietta in una dimensione più ampia, in un contesto ‘accademico’ che impone sì la specializzazione di ciascuna classe, ma anche il dialogo, il confronto, l’interdisciplinarietà.
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- Artigo de periódico (205)
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Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (65)
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Entre 2000 e 2025
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