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O objetivo desse artigo é discutir os ‘estados alterados da consciência’ como um dispositivo para a produção de processos de desterritorialização e singularização no campo da clínica esquizodramática. O método de trabalho parte de um estudo teórico sobre a consciência na esquizoanálise e no esquizodrama. Substituímos o termo estados alterados da consciência por modos conscienciais. Propomos um modelo de consciência enquanto máquina e agenciamento, dividido em cinco modos: I. dicotômico, II. plural, III. caósmico, IV. caótico e V. cronificado. O modo consciencial plural possui mais quatro subdivisões, ao ser articulado com os distintos diagramas de forças sociais. A partir dessa concepção teorizamos como se efetua a transição entre os modos conscienciais, em que, de uma posição consciencial cronificada, pode-se chegar a um modo consciencial plural ecosófico.
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A dramatização é um recurso importante utilizado no esquizodrama; contudo, as referências brasileiras são pouco acessadas. Dessa forma, o objetivo desse artigo é conhecer o Método de preparação de atores de Fátima Toledo, para discutir possíveis contribuições ao esquizodrama de Gregorio Baremblitt. O que seu trabalho pode nos ensinar para as práticas de dramatização nas intervenções clínicas e psicossociais? O método utilizado foi uma revisão bibliográfica sobre sua obra e discussão teórica. Dentre os diversos pontos de conexão que podem ser encontrados, discutimos quatro: 1- a incitação de processos de desterritorialização; 2- a expressão de devires-animais; 3- a produção de uma zona de vibração contínua e 4- a estratégia situacional corporal. Concluímos que o Método de Fátima Toledo pode ser uma valiosa ferramenta para o trabalho esquizodramático.
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Félix Guattari viajou diversas vezes ao Brasil. Em 1985, saiu do circuito mainstream acadêmico brasileiro e esteve em Belém do Pará, na Região Norte do país. O objetivo deste artigo é discutir a vinda de Félix Guattari à Belém do Pará, no ano de 1985. Como método utilizamos a História Oral e Cultural para descrever e analisar as ressonâncias desta vinda. Analisamos fontes orais e registros de jornais que puderam apresentar passagens do acontecimento Guattari, em Belém. Constatamos que o convite à Guattari foi feito por professores relacionados à Psicanálise que tinham leituras políticas e críticas. Félix ministrou duas conferências: “Movimentos Sociais e Partidos Políticos” e “Desejo e Política”, em um auditório de hotel da cidade. Após esta passagem, inúmeras inflexões foram produzidas e ressonâncias geradas na formação em Psicanálise, em Psicologia, nas Artes, na Cultura e nas resistências políticas, na Cidade das Mangueiras.
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Diante de um cenário de catástrofes no qual coabitamos com desigualdades sociais crescentes, poluição, envenenamento por agrotóxicos, esgotamento das fontes, diminuição do volume dos lençóis freáticos, desmonte de políticas públicas e acirramento de processos excludentes, nossa proposta metodológica, inspirada na obra de Ailton Krenak - Ideias para adiar o fim do mundo -, consiste em contar histórias, como forma de enfrentar o presente e forjar saídas em companhia dos povos originários. Há perguntas que funcionam como disparadoras do campo problemático de nossa escrita coletiva: De que modos podemos nos engajar em experimentações coletivas que buscam tecer possibilidades de um futuro aberto à alteridade e sua própria tessitura comum? Buscaremos responder aos chamamentos de povos da terra como pistas que orientam nossa escritura/ação/coletiva, atentando-nos para o imperativo de politizar o cuidado em relação às redes de interdependência que nos constituem.