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  • Resumo O estudo objetiva investigar se o fracasso escolar continua sendo naturalizado. Para isso foi traçado o perfil social, educacional, emocional e neurológico de crianças atendidas no Projeto de Extensão “Avaliação e Intervenção em crianças com história de Fracasso Escolar”, desenvolvido em um Ambulatório de Neurodesenvolvimento. Foram analisados os prontuários de 13 crianças; utilizou-se o programa estatístico SPSSe análise temática. Verificou-se que as crianças apresentaram uma média de 10,3 anos, sendo a maior parte meninos (84,6%). A maioria (61,5%) com queixas relacionadas a problemas de aprendizagem e comportamento e fazendo uso de psicoestimulantes. As características são compatíveis com outros estudos realizados em instituições como clínicas-escola de diferentes regiões do Brasil. Constatou-se que os alunos ainda são responsabilizados pelo fracasso, atribuindo-se a este um caráter biológico, naturalizado, que, portanto, precisa ser medicalizado. Evidencia-se a necessidade da realização de estudos que investiguem como se produz a queixa do fracasso escolar.

  • RESUMO. De sintoma à experiência, a significação da audição de vozes vem se transformando ao longo da história. No entanto, ainda hoje, quando o usuário relata ouvir vozes, é aligeiradamente diagnosticado com algum transtorno mental e encaminhado para o tratamento que, em sua maioria, é medicamentoso. Subjetividade, conteúdo das vozes e suas interfaces com aspectos socioculturais não costumam fazer parte da assistência aos ouvidores de vozes. Diante disso, objetivou-se analisar a presença dos valores e estereótipos social e culturalmente estabelecidos para mulheres e homens no conteúdo das vozes de usuárias(os) de um Centro de Atenção Psicossocial II mediante a leitura de 389 prontuários ativos. Os resultados demonstram que os enunciados presentes nos conteúdos das vozes foram influenciados pelos valores e estereótipos sociais e culturais, como as violências, os papéis de homens e mulheres na sociedade e a formação do sujeito feminino a partir da estética do corpo. A incorporação do marcador de gênero em pesquisas sobre os ouvidores de vozes promove uma análise sócio-histórica dessa experiência, ultrapassando as limitações que a psiquiatria a impôs. Além de empoderar os sujeitos, considerar a história de vida das pessoas que ouvem vozes e o que a voz enuncia por intermédio do seu conteúdo permite a criação de estratégias para o desenvolvimento de uma boa convivência com elas, repercutindo na saúde mental e na produção de vida desses sujeitos.

Última atualização da base de dados: 19/11/2024 09:57 (UTC)

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