A sua pesquisa

Em autores ou colaboradores
  • Habitar um presente que se faz a cada instante, tangenciar o infinito das origens contemporâneas ao devir, estar à altura de transformar o seu tempo – aqui está a inspiração de Foucault que nos instiga pensar a respeito de trabalho, subjetividade, ética e contemporaneidade. Afinal, como traçar uma política de enfrentamento em um mundo capitalista onde o trabalho se insere em uma lógica de produção de mundos, em que o trabalho, mais do que bens e serviços, produz subjetividades que alimentam o próprio capitalismo? O que nos tornamos nesse processo? Como vem se dando a captura das potencialidades de criação capazes de inventar outros mundos possíveis? Como resistir no presente, pelo trabalho, a tais investidas contra o poder de agir individual e coletivo? Como fazer da própria atividade de trabalho um meio para transformar as instituições que o atravessam? Como criar vias para uma crítica relativa aos modos como o trabalho pode se tornar lastro para fixações identitárias, ligando subjetividade e verdade e, ao mesmo tempo, como pode ele se tornar caminho para as indagações: o que estamos fazemos de nós mesmos?; que trabalho estamos operando sobre nós mesmos? Nesta direção, afirmamos uma linha de pesquisa-intervenção que toma como eixo ético-político a afirmação de uma relação inventiva com o trabalho.

  • O tema da defesa da vida que se afigura como defensável pelas práticas nos diversos segmentos do cotidiano ganha a tônica de nossas inquietações, especialmente no campo do trabalho. Como cuidar do trabalho é o mote de nossa indagação no presente distópico. É inviável sustentarmos uma gramática colonial, com suas naturalizações de participação, do pressuposto da cisão entre indivíduo/meio, e pensarmos o trabalho sem considerarmos outras cosmopolíticas. Gramática ainda hegemônica e que sustenta lógicas dos processos de trabalho há séculos em nosso país. Fizemos uma opção: olhar a gravidade dos ofícios no presente, criando ferramentas de análise. A ideia de ofício vai ao encontro das cosmopolíticas, pois analisar problemáticas do trabalho contemporâneo implica levar em conta a extrema precarização dos processos de trabalho - da vida. Que vida é defensável? A vida como potência é afirmada quando o trabalho é operador de saúde, do contrário trata-se de necropolítica.

Última atualização da base de dados: 09/03/2025 19:32 (UTC)